Portugal celebra ‘revolução dos cravos’ com pouco distanciamento social
Mesmo com as restrições impostas pela Covid-19, milhares foram às ruas participar das marchas
As marchas para comemorar o aniversário da revolução que acabou com a ditadura de 47 anos em Portugal voltaram às ruas no domingo (25) com mais gente e menos distanciamento social do que o esperado.
As marchas foram canceladas no ano passado por causa do risco de disseminação da COVID-19, mas este ano as autoridades sanitárias permitiram que fossem em frente, com limites para o número de pessoas e regras de distanciamento social em vigor.
A cada ano, as marchas costumam atrair centenas de milhares de pessoas carregando cravos e gritando “25 de abril, sempre. O fascismo nunca mais!”. O povo festeja a revolução que começou em 25 de abril de 1974 e acabou com o governo autoritário de Antônio Oliveira Salazar.
Apesar do limite de 1.000 participantes, mais alguns milhares alinharam o percurso da marcha na Avenida da Liberdade, em Lisboa, dificultando o distanciamento social. Helena Martins, de 50 anos, elogiou a marcha porque “estamos em um momento em que os trabalhadores podem vir às ruas para defender a liberdade porque já houve algumas manifestações contra a liberdade e a democracia”.
Ainda assim, Vergilio Manuel, 71, disse que “deveria haver mais distanciamento social”, e acrescentou: “Já fui a outras marchas, como a 1º de Maio, e correu bem. Tem que haver uma organização muito forte, senão pode dar errado”.
Portugal, que impôs um bloqueio em janeiro para conter o que era então o pior pico de COVID-19 do mundo, começou a suspender as restrições em março e desde então reabriu algumas escolas, esplanadas de restaurantes e cafés, museus e cabeleireiros.