Em meio à invasão, Trump ligou para senadores para reverter a eleição
O senador Tuberville falou com Trump por menos de 10 minutos, com o presidente tentando convencê-lo a fazer objeções adicionais à votação do Colégio Eleitoral
O presidente Donald Trump e seu advogado Rudy Giuliani ligaram por engano para o senador republicano Mike Lee enquanto o motim mortal acontecia no Capitólio dos EUA na quarta-feira (6). A informação foi confirmada por um porta-voz do senador à CNN. As ligações que eram destinadas a outro senador republicano que a Casa Branca tentava freneticamente convencer a atrasar a contagem dos votos do Colégio Eleitoral.
O porta-voz de Lee disse que as ligações de Trump e seu advogado eram destinadas ao senador Tommy Tuberville, um republicano recém-eleito do Alabama.
O esforço da Casa Branca para fazer Tuberville atrasar a certificação dos votos mostra o pensamento e as prioridades do presidente enquanto uma multidão de seus apoiadores sitiava o edifício icônico. Enquanto o presidente trabalhava para convencer Tuberville a atrasar o processo, Trump e outras autoridades da Casa Branca não demonstraram preocupação com o vice-presidente Mike Pence e sua família. A esposa, a filha e o genro de Pence estavam também estavam dentro do Capitólio violado, segundo uma fonte próxima ao vice-presidente disse à CNN.
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Trump ligou pela primeira vez para o telefone celular pessoal de Lee, um republicano de Utah, pouco depois das 14h, horário local. Naquele momento, os senadores haviam sido retirados do plenário do Senado e estavam em uma sala de espera temporária, enquanto uma multidão pró-Trump começava a invadir o Capitólio.
O senador Lee atendeu a ligação e Trump se identificou, mas ficou claro que ele estava procurando o senador Tuberville e tinha recebido o número errado. Lee manteve o presidente na linha e foi procurar seu colega. Ele então entregou a Tuberville seu telefone, dizendo que o presidente estava na linha e tentava falar com ele.
O senador Tuberville falou com Trump por menos de 10 minutos, com o presidente tentando convencê-lo a fazer objeções adicionais à votação do Colégio Eleitoral em um esforço inútil para bloquear a certificação do Congresso da vitória do presidente eleito Joe Biden, de acordo com uma fonte familiarizada com o telefonema. A ligação foi interrompida porque os senadores precisaram se mudar um local seguro.
A CNN entrou em contato com o escritório de Tuberville para comentar, mas ainda não obteve resposta.
A segunda ligação para Lee aconteceu às 19h, hora local, e era do advogado Giuliani. Lee não atendeu a ligação, então ela foi para o correio de voz. O escritório de Lee confirmou à CNN que a mensagem de voz era destinada a Tuberville, com um recado de Giuliani muito semelhante a outra que outro senador republicano não identificado recebeu. A transcrição dessa chamada foi publicada pelo jornal conservador “The Dispatch” e pelo blog de notícias emptywheel.
“Senador Tuberville? Ou devo dizer Treinador Tuberville. Aqui é Rudy Giuliani, o advogado do presidente”, disse, de acordo com a transcrição.
“Estou ligando para vocês porque quero discutir com vocês como eles estão tentando apressar esta audiência e como precisamos de vocês, nossos amigos republicanos, para tentar apenas desacelerar, para que possamos fazer com que essas legislaturas forneçam mais informações para vocês”, disse Giuliani, referindo-se a alegações infundadas de fraude eleitoral na eleição presidencial.
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“Eu sei que eles vão se reunir às 8h da noite, mas… A única estratégia que podemos seguir é nos opor a vários estados e levantar questões para que possamos entrar no tema amanhã – idealmente até o final de amanhã”.
Tuberville não sabia que Giuliani havia tentado contatá-lo até que foi relatado publicamente, de acordo com a fonte.
Tuberville provavelmente foi visto por Trump e Giuliani como alguém que poderia ajudar a promover sua causa na quarta-feira (6), já que ele estava entre um grupo de seis senadores republicanos que votou para sustentar uma objeção levantada contra os votos eleitorais do Arizona, que perdeu por 93 a 6 votos.
A CNN informou na quarta-feira que, mesmo depois que o Congresso se reuniu novamente naquela noite após o tumulto, Trump ainda estava pedindo aos senadores que prosseguissem com o protesto sobre a certificação de Biden como presidente, de acordo com uma fonte familiarizada com as discussões.
Manu Raju e Jim Acosta, da CNN, contribuíram para esta reportagem.
(Texto traduzido. Leia o original em inglês).
