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    Brasil prevê gastar 2,4% do PIB contra coronavírus; EUA reage com 5%

    Com o coronavírus, a contração da economia brasileira em 2020 já é dada como certa por vários especialistas

    Fernando Nakagawada CNN

    Com o coronavírus, a contração da economia brasileira em 2020 já é dada como certa por vários especialistas. A reação da equipe econômica a essa situação, porém, parece tímida até agora. E quem diz isso não é a oposição – são os números. Ainda amarrada pela obstinação com o ajuste das contas públicas, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, desenhou um pacote de estímulo pequeno na comparação com o anunciado em outros países. 

    Até agora, o governo anunciou um importante conjunto de medidas com gastos previstos de R$ 179,6 bilhões. O dinheiro será destinado ao reforço da verba da saúde, à proteção das famílias mais vulneráveis como os trabalhadores informais e à manutenção do emprego. O receituário é exatamente o mesmo aplicado em outros países, como nos Estados Unidos e na Europa. 

    O problema talvez esteja na dose do remédio. O pacote brasileiro equivale a cerca de 2,4% do tamanho da economia brasileira medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) de 2019, quando somou R$ 7,3 trilhões.

    Nos Estados Unidos, o pacote de estímulos costurado pelos senadores aliados ao presidente Donald Trump soma US$ 1 trilhão. Por lá, o tamanho da economia supera os US$ 20 trilhões. Portanto, a dose do remédio de Trump gira em torno de 5% do PIB para proteger famílias pobres, pequenas e médias empresas e até grandes corporações. 

    Uma dose ainda mais forte do remédio está sendo preparada do outro lado do Atlântico. Na Alemanha, segundo o jornal Financial Times, o governo de Angela Merkel prepara um pacote que somaria € 356 bilhões – o equivalente a cerca de 10% do tamanho da economia maior economia europeia. Berlim poderia, inclusive, estatizar empresas. 

    Ou seja, é como se a Alemanha se preparasse para tratar os problemas econômicos com dez comprimidos, os Estados Unidos com uma dose de cinco pílulas e o Brasil vai tratar o problema com apenas dois comprimidos e meio.

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