Foi a homenagem mais merecida que ela poderia ter em seu último momento, diz professor de Bruna Valeanu
Brasileira foi enterrada na última terça-feira (10), em uma cerimônia que comoveu muitos moradores de Israel
“O povo se uniu de uma forma tão bonita para homenagear ela. Eu acho que foi a homenagem mais merecida que ela poderia ter nesse último momento”, disse disse Fábio Erlich, que foi professor de Bruna Valeanu, nesta quinta-feira (12), em entrevista à CNN.
Bruna foi enterrada na última terça-feira (10) em Israel. Ela foi a segunda vítima brasileira do ataque do grupo radical islâmico Hamas.
“Eu fiz questão de ir ao enterro dela, na própria terça-feira à noite, às 21h30, no horário de Israel. Foi colocada uma mensagem de como ela era uma imigrante e quase não tem família aqui, só a mãe e uma irmã. Então, as pessoas se sensibilizaram e, de acordo com a Polícia de Israel, mas de 10 mil pessoas estiveram no enterro dela. Ou seja, eu garanto a você, que das 10 mil pessoas que estavam lá, 99% não conheciam ela, e foram para homenageá-la”, disse Erlich.
Segundo Erlich, o trajeto de 30 minutos de sua casa até o local do enterro, foi feito em uma hora e dez minutos. “Eu estacionei o carro a 1 quilometro e meio da entrada do cemitério porque não tinha lugar para parar.”
Bruna e a família são do Rio de Janeiro. A jovem tinha dupla nacionalidade, era brasileira-israelense. Ela participava do festival de música eletrônica que foi interrompida pelo grupo radical.
Erlich era coordenador de uma escola judaica no Rio de Janeiro, onde lecionava para Bruna. O professor conta que, em sua despedida, no final de 2014, ela foi responsável por ler uma homenagem para sua família durante uma festa.
“Inclusive, algo que veio nas minhas lembranças, um amigo meu que estava presencialmente nesse momento me mandou, quando a gente resolveu migrar para Israel e realizar nosso sonho de viver aqui, o colégio fez uma festa de despedida para gente. E nessa festa, eles pediram para que cada turma preparasse alguns dizeres e que isso iria ser dito para todo o colégio”, citou.
“Na turma da Bruna, foi ela que leu o discurso de despedida para a minha família. Então, são momentos que voltam na nossa vida. Quando ela também veio morar em Israel, ela chegou a passar um final de semana aqui na nossa casa, ela morava em Berseba, no sul de Israel”, prosseguiu.
“Realmente, nesses últimos anos a gente não teve quase nenhum contato, mas a dor é realmente muito grande. Já é uma dor de você saber quantas vidas foram realmente interrompidas, de uma forma tão cruel, brutal e desumana. Digamos assim, quando a notícia bate na sua porta, ela piora muito”, finalizou.
Veja imagens do conflito entre Israel e o Hamas
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*Entrevista produzida por Júlia Carvalho