O barato saiu caro: preço do prato feito subiu 43% em 2020
Em fevereiro, o preço médio do PF era de R$ 9,29. Em agosto, foi de R$ 10,07. No fim do ano, a comanda já marcava R$ 12,33
O ano de 2020 não foi bom para quem está acostumado a pedir o famoso prato feito. De acordo com um índice da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), divulgado nesta quinta-feira (11), os itens que compõe a refeição apresentaram uma alta de 43,4% no ano.
Segundo a associação, os preços avançaram com a pandemia e, de março a dezembro, acumulam variação superior a 30%. Em fevereiro, o preço médio pago pelos brasileiros no PF era de R$ 9,29. Em agosto, esse valor foi de R$ 10,07. No fim do ano, a comanda já passou a marcar, em média, R$ 12,33.
O destaque do aumento ficou na conta do arroz, que apresentou um crescimento de 83,7% no ano. Já a batata encareceu 71,5%, enquanto o preço do feijão subiu mais de 35%.
De acordo com Marcio Milan, vice-presidente Abras, embora o Brasil tenha apresentando recordes de safra durante o ano, alguns fatores trabalharam no sentido contrário e influenciaram a alta dos preços, como é o caso das exportações. “Nós passamos a exportar muito mais itens, pois o mercado internacional viu no Brasil a oportunidade de buscar esses produtos, aliado à questão do dólar que apresentou oscilações. Tudo isso fui influência para os preços”, analisa.
Milan ainda salientou que o auxílio emergencial – que terminou em dezembro – foi essencial para que os brasileiros continuassem a comprar alimentos e bebidas para suas casas. Dados da instituição mostram que 58% dos lares receberam a ajuda governamental e que 63% do valor foi destinado para compras nesta categoria. Outros 47% foram usados para pagamento de serviços básicos.
Supermercados cresceram 9,36%
Se por um lado a população segurou a compra de produtos em outros estabelecimentos, foi no supermercado que eles deixaram a maior parte de sua renda. No acumulado de 2020, o setor supermercadista registrou um crescimento de 9,36% em relação ao fechamento de 2019. Para o próximo ano, o órgão projeta uma variação positiva de 4%.
“Por ser atividade essencial e vender itens de primeira necessidade, o setor supermercadista foi bem impactado [positivamente] pela pandemia de Covid-19. Devido às medidas de isolamento social, os brasileiros precisaram mudar seus hábitos, contribuindo com o aumento do consumo dentro do lar”, destaca Marcio.