Ibovespa recua, mas segura alta de 1,25% na semana; dólar sobe a R$ 5,38
No exterior, ainda prevalecia a cautela relacionada às negociações de novos pacotes de estímulos econômicos
A semana termina como começou: com o mercado financeiro balanceando o avanço da segunda onda do novo coronavírus com as notícias positivas sobre o avanço das vacinas contra Covid-19. Nesta sexta, prevaleceu o sentimento negativo em relação ao aumento de casos da doença.
O dólar saltou mais de 1% ante o real nesta sexta-feira, na maior valorização diária em mais de três semanas, abandonando queda de mais cedo conforme investidores aproveitaram para realizar lucros após baixas ao longo da semana.
O dólar à vista fechou em alta de 1,39%, a R$ 5,387 na venda. A moeda bateu a mínima do dia (R$ 5,2855, queda de 0,52%) logo no começo do pregão e ganhou força até alcançar a máxima no começo da tarde (R$ 5,3928, alta de 1,50%).
Na semana, porém, a moeda teve variação negativa de 1,60%.
Um clima ainda instável no exterior, em meio a temores sobre disparada de casos de Covid-19 nos Estados Unidos e redução de recursos para empréstimos emergenciais do banco central norte-americano, corroborou o ajuste doméstico, num contexto em que o mercado segue preocupado com o rumo fiscal do Brasil.
O ganho desta sexta é o maior desde 28 de outubro, quando a cotação saltou 1,42%.
Já o Ibovespa caiu 0,59% para 106.042 pontos.
Mesmo assim, o índice teve uma semana positiva, com alta de 1,25%.
Entre as maiores quedas, estão as ações da PetroRio (PRIO3) — que na quinta-feira (19) dispararam 29%. Os ajustes resultaram em queda de 6,07% para o papel hoje.
Já na outra ponta está a ação do Pão de Açúcar (PCAR3), que teve a maior valorização do índice – 4,55%. Isso porque os credores aprovaram a cisão do Assaí.
No âmbito doméstico, os investidores repercutiram as falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, que demonstrou otimismo e agora sugere que o país deve vender suas reservas internacionais para abater a dívida pública do Brasil. Além disso, há incertezas em relação à situação fiscal do país e como isso deverá se desenvolver no início de 2021.
No exterior, ainda prevalecia a cautela relacionada às negociações de novos pacotes de estímulos econômicos, em meio a um aumento no número de casos de coronavírus, enquanto o avanço no desenvolvimento de vacinas dava esperanças ao mercado.
Por que as ações da PetroRio dispararam 29%?
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Guedes diz que governo pode vender reservas internacionais para reduzir dívida
O Banco Central anunciou para esta sexta-feira leilão de swap cambial tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021.
Lá fora
Os principais índices de Wall Street fecharam em queda nesta sexta-feira, afetados por mais temores sobre o enfraquecimento de estímulos e o golpe na economia de crescentes infecções por coronavírus.
O índice Dow Jones caía 0,75%. O S&P 500 fechou o dia com variação negativa de 0,67% pontos, enquanto o Nasdaq Composite recuou 0,66%.
As bolsas da Ásia e do Pacífico terminaram a sessão desta sexta-feira (20) sem sinal único. Os investidores ponderaram os sinais mistos em relação aos estímulos nos Estados Unidos, enquanto monitoraram o aumento de casos de Covid-19 no Hemisfério Norte. Na China, o setor automotivo deu gás à subida, em meio à expectativa por um programa de venda de automóveis.
Se por um lado há expectativa quanto a algum entendimento entre os senadores americanos em relação ao novo pacote fiscal, o que deu suporte aos ganhos de Wall Street na véspera e em alguns mercados asiáticos hoje, por outro, pesou o fato de o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, ter informado ao Federal Reserve que não renovará os programas de apoio ao crédito, que terminam em 31 de dezembro.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)
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