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    Dos ambulantes aos empresários: histórias de afetados pelo coronavírus

    Autônomos e terceirizados sofrem com avanço da pandemia e veem as suas fontes de renda secar de um dia para o outro

    Paula Forster , Da CNN Brasil, em São Paulo

    A realidade dos efeitos do coronavírus chegou mais cedo aos autônomos. Sem estabilidade ou sequer direitos trabalhistas para se agarrarem, a vida de muitos deles começou a ficar mais complicada. Frases como “eu me sinto desempregado nesse momento” passaram a ser comuns entre pessoas ouvidas pela CNN Brasil. E os números mostram que esse cenário é cada vez mais comum.

    Um levantamento realizado pelo aplicativo de contratação de serviços, GetNinjas, mostra que a procura por terceirizados e trabalhadores autônomos chegou a ser reduzida em até 70%, dependendo da ocupação. É exatamente o caso de Vinícius Amaral, dono de um escritório de arquitetura. Somente neste mês, Amaral acredita que o seu faturamento irá cair, pelo menos, 40%. Diversas reuniões com possíveis novos clientes foram canceladas graças ao avanço da pandemia.

    Se o problema não é a falta de cliente, começam a desaparecer insumos para realizar alguns tipos de trabalho. Proprietária de uma empresa de proteção bucal, Nathalie Mikellides já sentiu dificuldade em encontrar matéria-prima após a confirmação do primeiro caso de Coronavírus em São Paulo. Hoje, sua produção está 100% parada.

    Outro setor que já sofre com o avanço da doença há um tempo é o de eventos. Com a proibição da realização de festas por diversos governadores, a vida ficou ainda mais difícil. Leonardo Rizzo é o dono de uma rede de camarotes e possui espaços em três estádios de futebol. Tudo está parado com o cancelamento de partidas oficiais e também de shows nas arenas. Além disso, ele também possui uma empresa de recrutamento de barman. O prejuízo esperado para este mês? Cerca de R$ 1 milhão. 

    E não são apenas os autônomos do topo da pirâmide que estão preocupados. A realidade dos vendedores ambulantes também não é animadora: “Não vendi nem R$ 10 nos últimos dias”, diz Patrícia Andrade, camelô do bairro do Brás, região central da cidade de São Paulo. Segundo ela, ninguém aparece por lá.

    O mesmo aconteceu no restaurante de Gerson Higuchi. “Vou manter apenas o serviço de delivery do restaurante a partir de segunda-feira (23)”, diz Higuchi. Ele vai dar férias coletivas aos funcionários e suspender o contrato com os prestadores de serviço. O que resta, agora, é esperar a crise ser controlada. 

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