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    Ibovespa ignora posse de Biden e fecha em queda de olho em vacinação; dólar cai

    Internamente, a dificuldade na compra de vacinas e o aumento de casos da Covid-19 anunciam que a recuperação econômica brasileira pode ficar para depois

    Matheus Prado e Leonardo Guimarães, , do CNN Brasil Business, em São Paulo*



     

    O dólar à vista caiu 0,66%, a R$ 5,3108 na venda nesta quarta-feira (20), depois de oscilar entre R$ 5,3574 (+0,21%) e R$ 5,2834 (-1,17%). O real surfou nos ganhos de moedas emergentes e outros ativos de risco, uma vez que a posse de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos direciona o mercado para expectativas de mais estímulos.

    O Ibovespa pegou a contramão do otimismo no exterior e caiu 0,82%, para 119.646 pontos. 

    “O mercado está preocupado com o cenário de atraso da vacinação no Brasil, o que pode fazer a recuperação econômica tardar”, explica Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos. O aumento do número de casos de Covid-19 também preocupa o mercado. 

    A Embraer (EMBR3) caiu 3,27% depois que o Bradesco BBI rebaixou a recomendação para o papel. A líder em perdas do Ibovespa nesta quarta foi a PetroRio (PRIO3), que apresentou queda de 3,66%. 

    Na outra ponta, as ações de varejo lideraram os ganhos depois de sofrer correções nas últimas semanas. A líder foi a B2W (BTOW3), que subiu 8,59% e acumula 15,6% de ganho no ano. Logo atrás, Magazine Luiza (MGLU3), com alta de 5,5%, seguido de Lojas Americanas (LAME4), com 4% de valorização. O dia ainda foi marcado pelas altas de Hering (HGTX3) – 1,8% – e Via Varejo (VVAR3) – 1,75%. 

    Lá fora, o bom humor externo era garantido pela posse do democrata Joe Biden, que pode diminuir a tensão política nos EUA e injetar mais recursos na economia global através de estímulos que devem alcançar cifras trilionárias.

    Aqui, em meio ao colapso no sistema de saúde nacional, integrantes da equipe econômica do governo e os candidatos à presidência da Câmara já discutem a possibilidade de retomar o auxílio emergencial, impactando a austeridade fiscal desejada pelo governo.

    Investidores também aguardavam sinalização do Banco Central sobre os rumos da Selic, com muitos no mercado contando que o BC retirará do comunicado a promessa de manter os juros caso certos critérios sejam respeitados.

    O entendimento seria o primeiro passo para se vislumbrar alta da Selic, o que poderia dar algum suporte ao câmbio. Segundo analistas, um dos motivos para a pressão sobre o real é o juro em patamar muito baixo, que deixa a moeda mais vulnerável a operações de hedge ou de financiamento para apostas em outras divisas.

    Lá fora

    Os mercados acionários dos Estados Unidos encerraram em máximas recordes nesta quarta-feira, com Joe Biden empossado como 46º presidente dos EUA, enquanto o sólido balanço da Netflix ditou um rali nas ações da empresa, que se beneficiam de recomendações de ficar em casa devido à pandemia.

    O Dow Jones encerrou em alta de 0,83%, aos 31.188,38 pontos, o S&P 500 teve valorização de 1,51%, aos 3.856 pontos, e o Nasdaq Composite avançou 2,13%, aos 13.477 pontos.

    Já as principais bolsas da Ásia não tiveram sinal único, com Tóquio em baixa, mas ganhos em Xangai. Em Hong Kong, a ação do Alibaba se destacou, após o fundador da empresa, Jack Ma, fazer sua primeira aparição pública em três meses. Na China, a Bolsa de Xangai fechou em alta de 0,47%, em 3.853,09 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 1,43%, a 2,524,73 pontos.

    Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve ganho de 1,08%, para 29.962,47 pontos, com o papel do Alibaba em alta de 8,5%, na máxima em dois meses. A ação da empresa foi beneficiada após a primeira aparição pública de Jack Ma em três meses, em uma participação via vídeo em um evento filantrópico.

    O fato de que ele veio a público foi interpretado por investidores como sinal de que há riscos menores para a companhia, alvo de investigações recentes de Pequim no setor de tecnologia. Reguladores chineses se voltaram contra o Alibaba após Jack Ma ter feito um discurso crítico ao governo chinês no fim de outubro.

    Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou em baixa de 0,38%, em 28.523,26 pontos. Ações ligadas ao e-commerce e ao transporte estiveram entre as maiores quedas. Do primeiro setor mencionado, MonotaRO recuou 3,7%, enquanto a operadora ferroviária Keio caiu 3,9%. A bolsa japonesa foi também pressionada pela persistência de um número elevado de mortes neste inverno local por covid-19.

    Na Coreia do Sul, o índice Kospi terminou em alta de 0,71% em Seul, em 3.114,55 pontos. Ações do setor de eletrônicos e de montadoras se destacaram, e o sentimento foi apoiado pela perspectiva de mais estímulos fiscais nos EUA, com a posse nesta quarta-feira do presidente eleito Joe Biden.

    LG Electronics subiu 13%, após a imprensa sul-coreana reportar que planeja reestruturar seu negócio de smartphones. Samsung Electronics avançou 0,2%.

    Em Taiwan, o índice Taiex registrou baixa de 0,45%, a 15.806,18 pontos. Já na Oceania, o índice S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,41%, em 6,770,40 pontos, na Bolsa de Sydney. Ações de tecnologia, energia e da indústria compensaram as perdas dos bancos, no pregão australiano. 

    (*Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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