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    Ação da OSX, de Eike Batista, dispara mais de 150% em um dia – é um bom negócio?

    Papel do estaleiro do ex-bilionário disparou 152% no pregão desta quarta-feira após o empresário anunciar o fim da recuperação judicial

    Magaléa Mazziotti e André Jankavski, , colaboração para o CNN Brasil Business, em São Paulo

    Imagine ver o seu dinheiro dobrar de um dia para o outro. Foi isso o que aconteceu com os investidores do estaleiro OSX (OSXB3), do ex-bilionário Eike Batista, no pregão desta quarta-feira (25). Os papéis da empresa dispararam 152% após o próprio Eike anunciar que, após seis anos, a companhia tinha saída da recuperação judicial.

    Para quem não se lembra, a OSX é uma empresa do grupo EBX, criada em 2009, e que atua nas áreas de construção naval, leasing e serviços operacionais. A ação, até o pregão da terça-feira (24), já tinha uma alta de 220% desde janeiro.

    Isso quer dizer que é um bom investimento? Segundo o economista-chefe da Trivèlla M3 Investimentos, Lucas Dezordi, o cumprimento das obrigações do plano de recuperação judicial por si só levanta a empresa.

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    Mas algo que também chama a atenção de Dezordi é que o setor de atuação da empresa é o das áreas de infraestrutura e logística, que são estratégicas para o desenvolvimento econômico bem como a recuperação da economia brasileira. 

    “E há a perspectiva de que a empresa melhore seus resultados após esse período de recuperação judicial”, indica.  

    O economista, no entanto, recomenda cautela. “Os fundamentos para uma atividade relacionada à logística e à cabotagem são muito positivos, mas o investidor deve fazer uma posição com cuidado e buscando estudar como se deu a recuperação e a reestruturação da OSX”, orienta.

    De fato, a situação da OSX está bem distante daquele momento em que Eike Batista chegou a ser o sétimo homem mais rico do mundo. Para se ter uma ideia, hoje, a empresa tem um valor de mercado 114 vezes menor do que o registrado no início de 2010, quando fez o seu IPO.

    Naquela época, a empresa levantou R$ 2,8 bilhões, mas com a crise da OSX e de Eike Batista vieram os tombos. O empresário foi condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa por suposta propina de US$ 16,5 milhões paga a Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro. 

    Ele também foi condenado por crimes cometidos contra o mercado de capitais entre 2010 e 2013, uma vez que teria divulgado informações falsas relacionadas à petrolífera do grupo, a OGX, e utilizado informações privilegiadas (o chamado insider trading) na venda de ações da OSX.

    MMX segue o mesmo caminho?

    A mineradora MMX (MMXM3) também segue esse caminho de alta acelerada. Desde outubro, as ações da empresa dispararam 900% e hoje estão valendo R$ 17,85. Porém, ela chegou a subir até mais no mês de outubro, a R$ 36.

    Mas essa queda de quase 50% desde de o ápice em 13 de outubro, mostra que a MMX esta no balaio de problemas de Eike. Por isso, nem sempre é bom se animar com essa valorização deste calibre.

    A MMX ainda tem um fator mais problemático: ela ainda está em processo de recuperação judicial. Para piorar, já teve falência decretada em 2019 pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O processo, contudo, ainda não foi para frente por causa de recursos judiciais.

    E, aliás, foi exatamente um pedido na Justiça que fez as ações darem esse salto em outubro.

    Em um fato relevante divulgado no dia 30 de setembro, a MMX solicitou “a suspensão dos efeitos de instrumentos contratuais que tratam da titularidade e direito de utilização dos direitos minerários registrados perante as autoridades” da Mina Emma. Em palavras mais simples, a empresa quer recuperar os direitos de explorar a mina localizada em Corumbá (MS).

    Logo, esse tipo de ação é a preferida de especuladores. Antes de se arriscar a entrar em uma dessas, é melhor pesquisar muito bem. 

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