Biden pode ajustar pacote e retirar mínimo de US$ 15 por hora, diz Casa Branca
Caso os US$ 1.400 ganhem aval do Parlamento, cidadãos elegíveis poderão receber até US$ 2.000, considerando o benefício de US$ 600
Depois de deixar a oposição de lado e manter, em sua proposta de pacote fiscal, o oferecimento de mais US$ 1.400 a pessoas em situação de vulnerabilidade, em uma estratégia de negociação, o presidente norte-americano, Joe Biden, pode ajustar seu projeto e retirar o item que eleva o salário mínimo nacional, hoje em US$ 7,25 por hora, para US$ 15 por hora, mais que o dobro.
A sinalização foi dada nesta segunda-feira (8), pela porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.
“É claro que haverá ajustes na proposta de pacote fiscal. O presidente Biden ficou no Senado por 36 anos e sabe como uma negociação funciona”, declarou ela, em coletiva de imprensa.
Na última sexta-feira (5), Biden anunciou que decidiu manter a proposta de novos cheques de US$ 1.400, como forma de atenuar os impactos econômicos da crise da covid-19.
A posição revoltou o Partido Republicano, que negociava enxugar os benefícios, alegando a iminência de pressões na inflação e na dívida pública.
O pacote fiscal ainda precisa ser aprovado pelo Congresso. Caso os US$ 1.400 ganhem aval do Parlamento, cidadãos elegíveis poderão receber até US$ 2.000, considerando o benefício de US$ 600 aprovado durante a gestão Donald Trump.
“Vou agir rápido contra a crise e gostaria do apoio dos republicanos para isso, mas eles não estão dispostos a ir tão longe quanto eu”, disse Biden, em pronunciamento na semana passada.
Nesta segunda-feira (8) Psaki reforçou que o líder da Casa Branca vai seguir em negociações com parlamentares, governadores e prefeitos para aprovar o maior pacote fiscal possível.
Entre outros assuntos tratados na coletiva, a porta-voz disse que o governo americano está preocupado com o que chamou de “ausência da China no debate” sobre o golpe militar em Mianmar.
Existe a avaliação de que o episódio pode se tornar um ponto decisivo para Biden deixar clara sua postura em relação ao país asiático e o suposto envolvimento de Pequim com movimentos autoritários da região.
Além disso, Psaki garantiu que os EUA cumprirão sua parte no acordo nuclear, desde o que o Irã faça o mesmo, e fez comentários sobre o Brasil, dizendo que os norte-americanos pretendem fortalecer a relação bilateral com o País nos próximos meses.