Auxílio e flexibilização elevam rendimentos em 18 estados no 3º trimestre
No Brasil, o aumento da massa de rendimentos real de todas as atividades de trabalho cresceu 2,7% do segundo para o terceiro trimestre deste ano
Dezoito das 27 unidades federativas registraram aumento da massa de rendimentos real no terceiro trimestre do ano (julho a setembro) em comparação aos três meses anteriores (abril a junho).
É o que aponta estudo dos economistas Ecio Costa e Marcelo Freire, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com base em dados da Pnad Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do programa de auxílio emergencial, criado pelo governo federal durante a pandemia da Covid-19 e previsto para ser encerrado em 31 de dezembro.
Leia também:
Mutação do vírus da Covid-19 é maior preocupação do mercado financeiro para 2021
Retrospectiva 2020: As ações que mais surpreenderam (e avançaram) no ano
De acordo com os pesquisadores, no Brasil o aumento da massa de rendimentos real de todas as atividades de trabalho cresceu 2,7% do segundo para o terceiro trimestre, atingindo R$ 194,8 bilhões, ante R$ 189,6 bilhões do período anterior. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, porém, houve queda de 10,3%
Os cinco estados com maior aumento de rendimentos no terceiro trimestre foram Piauí (14%), Amapá (13%), Paraíba (11%), Distrito Federal (9%) e São Paulo (7%). Na outra ponta, estão Ceará (queda de 11%), Tocantins e Rondônia, com redução de 6% cada, Rio Grande do Norte e Sergipe, com massa 5% inferior ao trimestre anterior.
Para os economistas, o auxílio emergencial e a flexibilização das restrições às atividades, com consequente aumento das vagas do emprego formal, explicariam a melhora dos indicadores na maioria dos estados brasileiros.
O estudo indica ainda que o pagamento acumulado do programa social até setembro, estimado em R$ 206,5 bilhões, superou a perda da massa de rendimentos nos nove primeiros meses de 2020 (R$ 134,7 bilhões).
“O estudo mostra que há estados que estão em situação melhor do que antes da crise provocada pela pandemia”, avalia Ecio Costa. A questão, agora, é como esses mesmos estados – e os que não conseguiram recuperar as perdas provocadas pela Covid – vão se comportar a partir de janeiro, após o fim do auxílio emergencial e em um eventual recrudescimento da epidemia