Torcedor do Palmeiras acusa dirigente do Boca de racismo: “Não dá pra aceitar”
Caso teria ocorrido após partida entre Palmeiras e Boca Juniors, no Allianz Parque, pela Libertadores
Um torcedor do Palmeiras acusou um dirigente do Boca Juniors, da Argentina, de racismos após a partida entre as equipes, na noite dessa quinta-feira (5), no Allianz Parque, em São Paulo. Rodrigo Aparecido afirmou que o rapaz imitou um macaco para ele, mas que acabou o perdendo em meio à multidão.
“Logo quando eles terminaram, eles estavam saindo da comemoração, esse cara da diretoria do Boca fez gesto de macaco para mim, e aí eu perdi o controle. Não pensei duas vezes, saí correndo atrás, mas como ele já percebeu que já tinha a situação meio que controlada, ele desbaratinou no meio de todo mundo, e ninguém conseguiu visualizar ele depois. Mas é da diretoria do Boca, pelo crachá”, disse.
“Quando ele percebeu que todo mundo visualizou, só que dessa vez, diferente das outras que a gente só abaixa a cabeça, a galera já começou a ir atrás dele, apontando ele, foi a hora que já saí correndo atrás. Só que ele já entrou no meio do povo ali, e ninguém conseguiu pegar”, completou.
Rodrigo Aparecido prestou depoimento a policiais na delegacia do Allianz Parque. O torcedor também repassou as características do suspeito, antes de se emocionar com o relato. “Ele estava totalmente de social, paletó cinza, careca. Uma pessoa com alto peso, mas é da diretoria do Boca”.
“Em 36 anos da minha vida, nunca passei tanta revolta. A raiva, de chorar de raiva. Você está no seu país, eu tenho um filho que não é da minha cor, ando com ele na rua, normal, e vem um cara de fora e faz um gesto de macaco na minha cara. Não dá, não dá para aceitar”, finalizou.
Outro caso
O pós-jogo de Palmeiras e Boca Juniors também contou com uma confusão na tribuna de imprensa. Torcedor acusaram jornalistas argentinos de arremessarem uma banana contra palmeirenses, que, revoltados, invadiram a área de imprensa do estádio.
Após muitos xingamentos aos jornalistas argentinos, torcedores chamaram a Polícia Militar (PM). Os profissionais de imprensa foram conduzidos pelos militares. À Itatiaia, ambos negaram qualquer ato de racismo. “Gritei gol do Boca e nada mais”, disse um.
Também à reportagem, um jornalista brasileiro defendeu os argentinos. “Eles se levantaram para comemorar com a torcida do Boca. Um torcedor do Palmeiras jogou a banana nele. Ele, com a banana na mão, se incriminou. Mas jogaram a banana nele, e eu vi”, garantiu.”Eu tenho um vídeo do cara que jogou, não dele jogando. É muita injustiça, esse cara não pode pagar por um crime desse de graça”, completou.
Em campo
Palmeiras e Boca Juniors empataram em 1 a 1, em jogo de volta da semifinal da Copa Libertadores. A decisão da vaga na final foi para os pênaltis, com vitória argentina por 4 a 2.