Carrefour e Couche formariam empresa de R$ 103 bi; chance de negócio é de 54%
Se a fusão se confirmar, deve impactar tanto as operações do Carrefour na França quanto em solo brasileiro, de onde saem 20% de todo o lucro anual da empresa
O Carrefour Brasil está negociando uma possível venda de suas ações para a Couche-Tard, uma gigante canadense de lojas de conveniência. O valor negociado pelas empresas estaria em torno de € 20 por ação, uma vantagem de quase 30% em relação ao fechamento de terça-feira (12), e que resultaria em um montante de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 103 bilhões). As informações são da CNN americana.
Em comunicado oficial, a filial brasileira do Carrefour disse que soube da operação, ainda na terça-feira (12), e que as negociações estão em fase preliminar, depois de um contato amigável da Couche-Tard.
Se a fusão se confirmar, deve impactar tanto as operações do Carrefour na França quanto em solo brasileiro, de onde saem 20% de todo o lucro anual da empresa, de acordo com analistas da XP Investimentos.
Os especialistas calculam que o negócio tem 54% de chance de se concretizar, tendo em vista que a notícia não foi tão positiva para a Couche.
Desde que a imprensa começou a veicular informações sobre o assunto, as ações da empresa recuaram, refletindo as incertezas dos investidores sobre a entrada da canadense no segmento de supermercados.
“Dessa forma, entendemos que há um risco da transação não ocorrer, o que poderia levar a uma correção das ações do Carrefour dos níveis atuais”, afirmaram Danniela Eiger, Marco Nardini e Thiago Suedt, em relatório.
Carrefour sobe e Couche desce
Depois que o mercado soube das negociações, os papéis do Grupo Carrefour, em Paris, saltaram de €15 para €17, chegando a ter uma alta de 15% em menos de 24 horas. Já na bolsa brasileira, as ações subiram de R$ 19 para R$ 21, com avanço de 12%.
Por outro lado, as ações da Couche-Tard caíram de US$ 32 para US$ 28 na quarta-feira (13), uma queda de 12%.
Governo francês se mostrou contra o negócio
Apesar da reação positiva dos investidores franceses, o governo se opôs à compra. O ministro das finanças, Bruno Le Maire, disse que a pandemia mostrou a importância do controle interno sobre o abastecimento de alimentos no país.
Le Maire disse que “não é a favor do negócio, pois as negociações caminham para que um grupo nacional seja comprado por uma empresa estrangeira”, afirmou.