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    Papéis da AstraZeneca caem com suspensão dos testes da vacina contra Covid-19

    Recibos de ações caíram em Nova York por causa da reação adversa de um voluntário do estudo no Reino Unido

    Natália Flach, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Os recibos de ações (ADRs) da AstraZeneca negociados em Nova York caíram, nesta quarta-feira (9), depois que a farmacêutica suspendeu os testes em fase final da vacina contra o novo coronavírus. O motivo é que um dos voluntários do estudo clínico, realizado em parceria com a Universidade de Oxford, ficou doente. Os papéis da companhia recuaram 1,94%.

    A medida é prevista em testes de vacina e serve para garantir que os imunizantes experimentais não causem reações adversas sérias entre voluntários. “Como parte dos testes globais controlados e randomizados em andamento da vacina de Oxford contra o coronavírus, nosso processo de revisão padrão desencadeou uma pausa na vacinação para permitir a revisão dos dados de segurança”, disse a empresa em um comunicado enviado à CNN, na quarta-feira (8).

    “Esta é uma ação de rotina que deve acontecer sempre que houver uma doença potencialmente inexplicada em um dos ensaios, enquanto ela é investigada, garantindo a manutenção da integridade dos ensaios”, acrescentou o comunicado.

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    De acordo com a nota, as doenças acontecem por acaso em grandes testes, mas devem ser revistas de forma independente para verificar com cuidado. “Estamos trabalhando para acelerar a revisão de um único evento para minimizar qualquer impacto potencial no cronograma do teste. Estamos comprometidos com a segurança de nossos participantes e os mais altos padrões de conduta em nossos testes.”

    Importante esclarecer que, no ensaio clínico da vacina de Oxford/AstraZeneca, já foram incluídos aproximadamente 18 mil participantes. A pausa no estudo significa que não haverá inclusão, neste momento, de novos participantes. Entretanto, aqueles já incluídos seguem em acompanhamento para avaliação da segurança e eficácia.

    Veja abaixo o que se sabe até o momento sobre a vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, na matéria da Mariana Toro Nader:

    Em que ponto está a vacina de Oxford?

    A vacina ainda não foi aprovada, mas se encontra na fase 3 de testes. Isso significa que ela superou a fase 1, na qual é testada em um pequeno número de pessoas (em geral menos de 100 adultos), e a fase 2, na qual é testada em um grupo maior (geralmente com 200 a 500 pessoas).

    A fase 3 “tem como objetivo avaliar de forma mais completa a segurança a eficácia” da substância. Os testes podem incluir de centenas a milhares de pessoas em um país ou em vários. “Normalmente [a fase 3] é o passo anterior a aprovação de uma vacina”, explicou a Organização Pan-Americana de Saúde (OPS) 

    De acordo com a agência, hoje há pelo menos 25 vacinas contra a Covid-19 em testes clínicos. Outras 139 candidatas ainda seguem em fases pré-clínicas.

    Quais os resultados até agora?

    O médico Elmer Huerta, especialista em saúde pública, disse que esta vacina “utiliza um vírus de resfriado dos chimpanzés ao qual partes do novo coronavírus foram inseridas. 

    Segundo um estudo publicado na revista científica The Lancet, como explica Huerta, “a vacina conseguiu estimular os dois tipos de imunidade: a produção de anticorpos aos 28 dias e de células de memória aos 14 dias”.

    Os efeitos secundários comuns de uma vacina incluem dor no lugar da injeção, fadiga, dor de cabeça e febre.

    Quantas doses vão ser produzidas?

    O Brasil pretende contar com até 100 milhões de doses da vacina. Um acordo entre Argentina, México e AstraZeneca prevê entre 150 e 200 milhões de doses para a América Latina (fora do acordo brasileiro)”.

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