Anfitriãs, colombianas ameaçam hegemonia brasileira na Libertadores Feminina
Corinthians, Palmeiras e Internacional estarão na Libertadores Feminina; brasileiras detêm o título desde 2018
Sediada na Colômbia, que ainda vive o êxtase pela histórica campanha da seleção nacional na Copa do Mundo da Austrália/Nova Zelândia, a Copa Libertadores Feminina começa nesta quinta-feira (5) com o desafio das anfitriãs de quebrar a hegemonia das brasileiras, campeãs de todas as edições desde 2018.
São três as equipes representantes da Colômbia na Libertadores, que terá jogos na capital Bogotá e em Cali, terceira cidade mais populosa do país: Santa Fe, América de Cali e Atlético Nacional, respectivamente campeão, vice-campeão e terceiro colocado no último Campeonato Colombiano.
Os três clubes contam com jogadoras que estiveram presentes na histórica campanha das colombianas na Copa do Mundo deste ano, ocasião em que as Cafeteras chegaram até as quartas de final e se tornaram a primeira seleção sul-americana a chegar mais longe que a Seleção Brasileira, que caiu na fase de grupos, em uma edição do torneio.
A maioria delas atua no América de Cali — cinco, no total: as atacantes Catalina Usme e Elexa Bahr, a meia Diana Ospina, a zagueira Daniela Arias e a goleira Natalia Giraldo. Daniela Montoya e Ángela Barón jogam no Atlético Nacional, e María Camila Reyes, no Santa Fe de Bogotá.
Maior artilheira da história da Seleção Colombiana, Usme foi destaque no ataque ao lado da jovem Linda Caicedo, de 18 anos, do Real Madrid, enquanto Daniela Arias não deixou de disputar um só minuto do Mundial. Ospina, que começou o Mundial no banco, foi ganhando espaço no onze inicial ao longo da Copa, enquanto Montoya fez o caminho oposto.
O desenvolvimento do futebol feminino colombiano começou a dar passos largos com a profissionalização da modalidade no país, iniciada em 2017, quando a organização que gere as principais competições masculinas do país, a Dimayor, deu início ao campeonato nacional para mulheres.
No ano de estreia da liga profissional, o Atlético Huila derrotou o Santos na final da Libertadores Feminina, realizada em Manaus, no que é até hoje o único título do futebol colombiano no torneio e a última edição em que a taça não ficou com uma equipe brasileira.
Nas categorias de base, o retrospecto colombiano recente também é notável. Em 2022, a seleção foi vice do Mundial Sub-17 e chegou até as quartas do torneio sub-20. Linda Caicedo, que ainda jogava no Deportivo Cali, esteve presente em ambas campanhas — inclusive, seria eleita a melhor jogadora jovem do mundo naquele ano.
“A Colômbia já se mostrou que está, a nível mundial, em uma boa posição”, diz à CNN Brasil o treinador do Santa Fe, o venezuelano Omar Ramírez. Para ele, o futebol feminino colombiano como segunda força da América do Sul “já é uma realidade”.
“Por isso, temos uma expectativa enorme de fazermos história nesta Libertadores”, prossegue.
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Ramírez fala com admiração sobre as equipes brasileiras — se refere ao Palmeiras sempre como “campeão”, por ser o atual detentor do título da Libertadores, e elogia o Corinthians, “muito completo em seu jogo” —, mas não deixa de lembrar quantas vezes as colombianas deram trabalho aos times do Brasil.
“O América de Cali já eliminou o Corinthians em uma semifinal”, exemplificou, citando o feito protagonizado pelas Diablas Rojas em 2020, quando tiraram do torneio o clube então detentor do título. Dois anos depois, o Timão sofreria um novo revés ao ritmo de salsa, desta vez diante do Deportivo Cali: derrota por 2 a 1 na primeira fase.
Recheado de selecionáveis, o América de Cali está no mesmo grupo do Internacional na Libertadores Feminina, o D, enquanto o Palmeiras medirá forças contra o Atlético Nacional no grupo A. Já o Corinthians, no grupo C, se safou de encarar o atual detentor do título de campeão colombiano, que foi parar no grupo B.
O América de Cali mandará suas partidas na fase de grupos em casa, no Olímpico Pascual Guerrero. O Santa Fe não jogará em seu tradicional estádio, o El Campín, mas disputará seus jogos em Bogotá, no acanhado Metropolitano de Techo, enquanto o Atlético Nacional, o clube de maior torcida do país, jogará em Cali.
“O fator casa é fundamental”, afirma Ramírez, que avalia que a hora de as colombianas darem “um golpe sobre a mesa” e acabarem com a hegemonia brasileira na Libertadores Feminina é agora. “As pretensões são bastante altas. Esperamos estarmos na final e levantarmos o título”, acrescenta.
Horários e onde assistir à primeira rodada da Libertadores Feminina
Grupo A
- 5/10 – 17h – Palmeiras x Barcelona de Guayaquil (BandSports, Canal Goat e SporTV)
- 5/10 – 19h30 – Caracas x Atlético Nacional
Grupo B
- 5/10 – 17h – Universitario x Univerdidad de Chile
- 5/10 – 19h30 – Santa Fe x Olimpia
Grupo C
- 6/10 – 17h – Always Ready x Libertad Limpeño
- 6/10 – 19h30 – Corinthians x Colo-Colo (BandSports e SporTV)
Grupo D
- 6/10 – 17h – Nacional x Internacional (BandSports e Canal Goat)
- 6/10 – 19h30 – Boca Juniors x América de Cali