Grupo de Boulos amplia controle no Psol, reafirma governismo e é acusado de golpe regimental
Aliados de Boulos disseram, porém, que não existe “golpe”, e sim uma mudança na correlação de forças do partido
No momento em que tenta se contrapor à ofensiva conservadora no Congresso Nacional, o Psol vai reforçar os laços com o governo Luiz Inácio Lula da Silva em seu 8° Congresso, que acontece no domingo (1) em Brasília.
A corrente do deputado Guilherme Boulos, pré-candidato a prefeito de São Paulo em 2024, reuniu a maioria dos delegados e deve eleger a historiadora Paula Coradi como presidente da sigla no lugar de Juliano Medeiros.
A expectativa na legenda é que a corrente MES (Movimento Esquerda Socialista), que prega independência em relação ao governo Lula e representa a esquerda do Psol, perca espaço na direção da legenda.
O grupo tem pressionado a cúpula partidária a cobrar do governo uma postura de combate ao avanço das agendas das frentes conservadoras.
“O Psol precisa de independência para cobrar o governo a agir contra a reação do Congresso às posições progressistas do STF”, disse a deputada Sâmia Bomfim (SP), que integra a corrente que faz oposição ao grupo de Boulos e Medeiros.
Ainda segundo a deputada, o grupo majoritário na sigla estaria articulando uma manobra regimental para reduzir o espaço das tendências minoritárias. “Estão fazendo uma manobra que nos tira espaço. Querem dar um golpe na proporcionalidade da direção do partido”, disse Sâmia à CNN.
Procurados, Juliano Medeiros e Guilherme Boulos ainda não se manifestaram.
Aliados de Boulos disseram, porém, que não existe “golpe”, e sim uma mudança na correlação de forças do partido, que nasceu de uma dissidência petista. Pelos cálculos do entorno de Boulos, o MES tinha 40% dos delegados do Psol, mas perdeu militância e deve chegar a 33% no próximo domingo.