Governo não inclui agência russa em MP e trava importação da Sputnik V
Ausência da Rússia neste artigo gerou preocupação entre governadores e aliados do governo no Congresso
O governo Jair Bolsonaro não incluiu a Rússia, desenvolvedora da Sputnik V, na medida provisória que facilita a compra de vacinas contra a Covid-19, o que pode comprometer a importação de 2 milhões de doses do imunizante ao Brasil ainda neste mês de janeiro.
Um dos artigos da medida estabelece que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) poderá conceder autorização excepcional e temporária para importação e distribuição de qualquer vacina contra o vírus desde que ela tenha recebido aval de autoridades sanitárias de Estados Unidos, União Europeia, Japão, China ou Reino Unido.
A ausência da Rússia neste artigo gerou preocupação entre governadores e aliados do governo no Congresso. Já há uma articulação no Legislativo, sob o comando do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), para encontrar uma solução.
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A medida editada pelo governo tem força de lei e permite, por exemplo, que o poder público celebre contratos sem licitação para aquisição de imunizantes e insumos, inclusive antes do registro sanitário e do aval para uso emergencial conferido pela Anvisa.
Apesar da ausência da Rússia no ato de Bolsonaro, a União Química, responsável pela produção da Sputnik V na América Latina, vai seguir com todos os protocolos para validar e produzir a vacina russa no país. A avaliação na farmacêutica é a de que a produção nacional será capaz de suprir a demanda do Brasil.
Hoje, a companhia tem capacidade para produzir 8 milhões de doses por mês neste primeiro trimestre de 2021.
Neste sábado, uma comitiva da farmacêutica União Química vai embarcar para a Rússia para validar o processo de fabricação da vacina russa contra a Covid-19 no Brasil. Segundo a CNN apurou, esse é uma espécie de passo final para que União Química dê início à produção da Sputnik V no Brasil.
A companhia pretende começar a produção ainda neste mês, por intermédio dessa transferência de tecnologia, nas unidades da farmacêutica em Brasília e em Guarulhos, na Grande São Paulo.
A ideia da União Química é que a produção da vacina aconteça paralelamente à realização da fase 3 de testes clínicos no Brasil.
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Nesta segunda-feira (4), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) solicitou mais informações sobre a vacina contra a Covid-19, antes de responder ao pedido da empresa para dar início aos estudos da Sputnik V no Brasil.
De acordo com relatos feitos à CNN, a resposta da farmacêutica à agência será enviada até o fim desta semana.
A União Química pretende ingressar com o pedido de uso emergencial da vacina tão logo a Anvisa autorize os testes clínicos no país.