RR e AM são únicos estados fora do alerta crítico para UTI, aponta Fiocruz
Os demais estados têm taxas de ocupação de leitos de Covid-19 para adultos acima dos 80%
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) alerta para o quadro geral de saúde extremamente crítico no Brasil. Segundo o último boletim do observatório Covid-19, que monitora a situação da pandemia no país, só Roraima e Amazonas aparecem na zona de alerta intermediário de leitos de UTI Covid-19 para adultos – AM com 76%, e RR com 62%, segundo dados de 29 de março.
Os outros estados e o Distrito Federal permanecem na zona de alerta crítico, com taxas de ocupação superiores a 80%. A situação de São Paulo serve como um alarme do quanto a crise atual afeta o sistema de saúde e o quadro sanitário do país.
“Neste novo patamar da pandemia, a situação mudou drasticamente. Se Manaus (Amazonas), com o colapso do sistema de saúde, constituiu um alerta do que poderia ocorrer em outros estados, a situação hoje de São Paulo (São Paulo) é um alarme do quanto esta crise pode ser mais profunda e duradoura do que se imaginava até então”, dizem os pesquisadores.
A Fiocruz destaca ainda que o crescimento do número de casos na última Semana Epidemiológica (21 a 27 de março) pode ser resultado de exposições ocorridas em meados de março. E que as medidas de restrição adotadas nos últimos dias por diversas prefeituras e estados ainda não tiveram efeitos significativos.
Dezessete estados e o Distrito Federal encontram-se com taxas de ocupação de leitos de Covid-19 para adultos superiores a 90%: no Norte, Rondônia (98%), Acre (97%), Amapá (100%) e Tocantins (97%); no Nordeste, Piauí (96%), Ceará (94%), Rio Grande do Norte (95%) e Pernambuco (97%); no Sudeste, Minas Gerais (94%), Espírito Santo (94%) e São Paulo (92%); no Sul, Paraná (93%), Santa Catarina (99%) e Rio Grande do Sul (95%); e no Centro Oeste, Mato Grosso do Sul (100%), Mato Grosso (97%), Goiás (94%) e Distrito Federal (97%). Outros sete estados apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos entre 84% e 89%: no Norte, Pará (85%); no Nordeste, Maranhão (88%), Paraíba (84%), Alagoas (86%), Sergipe (86%) e Bahia (86%); e no Sudeste, Rio de Janeiro (88%).
Como já havia sido destacado nos últimos boletins, para reverter o contexto atual, os pesquisadores reafirmam a necessidade de combinar medidas de contenção (lockdown) por cerca de 14 dias – tempo mínimo necessário para redução significativa das taxas de transmissão e número de casos (em torno de 40%) e redução das pressões sobre o sistema de saúde. Além da oferta de leitos e a ampliação das ações de saúde na atenção primária, com abordagem territorial e comunitária.