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    Após atraso, Fiocruz quer contrato de IFA brasileiro assinado em 1 de junho

    Acordo marcaria início do processo de independência brasileira na produção de vacinas contra a Covid-19

    Pedro Duran, da CNN, no Rio de Janeiro

    A Fundação Osvaldo Cruz já passou a admitir internamente que o plano de assinar ainda em maio o contrato de transferência de tecnologia com a AstraZeneca pode não dar certo. A Fiocruz, no entanto, mira como meta o dia 1º de junho para que o imbróglio chegue ao fim com a assinatura do contrato.

    Apesar do atraso, se isso acontecer, o acordo deve ser celebrado com uma cerimônia, que marcaria o início do processo de independência brasileira na produção de vacinas contra a Covid-19.

    A meta inicial era que o documento fosse assinado em 2020. As negociações atrasaram e o prazo foi adiado para março, mas também acabou não dando certo. A meta então foi adiada para maio. Mas agora, internamente, a Fiocruz já tem como ‘desafio’ a assinatura no início junho, cinco meses depois da ideia inicial. 

    O contrato é tido como crucial para a relação entre os desenvolvedores da vacina de Oxford e a fundação ligada ao Ministério da Saúde. Com ele, a Fundação poderá ter o passo a passo da farmacêutica para desenvolver em solo brasileiro os ingredientes para o imunizante. O contrato é peça fundamental para que o Brasil tenha autonomia na produção da vacina e, consequentemente, consiga incorporar a imunização contra o coronavírus usando a fórmula da AstraZeneca no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

    O motivo pelo qual a assinatura do documento atrasou pelo menos cinco meses, foi o fato de a equipe da Fundação ter priorizado o registro emergencial e o definitivo da vacina no Brasil. Os dois documentos tinham mais de 10 mil páginas. Em paralelo a isso, a equipe cuidou de obras, instalações e recebeu visitas da Anvisa. “O contrato era muito importante, mas no cronograma as outras questões relacionadas à produção imediata da vacina eram mais urgentes”, disse à CNN o vice presidente de Produção e Inovação da Fiocruz, Marco Krieger.

    Veja o panorama da atual situação: 

    Plano B: 

    Enquanto o contrato não é assinado, Fiocruz tenta prolongar o contrato com a AstraZeneca de envio de IFAs. Apesar dos atrasos, a Astrazeneca tem acordo para fornecer IFA para Fiocruz até o mês de junho, o que garante a produção de doses até julho. Para evitar interrupção na produção de a partir do fim do contrato de IFA, a Fiocruz quer garantir mais insumos, numa espécie de prolongamento do atual contrato. 

    Porque o prolongamento é necessário?

    Porque a produção nacional do IFA ainda não deslanchou. A previsão do melhor dos cenários é que a vacina 100% nacional seja entregue ao PNI em outubro. 

    Plano C:

    Fiocruz contava que receberia as 8 milhões de doses prontas, acordadas com o Insittuto Serum, e que ainda não chegaram ao Brasil. Mas diante da sinalização de que a Índia não irá liberar vacinas até outubro, a Fiocruz já vê como muito remota a possibilidade. 

    Problema real: 

    Existe risco de a produção parar a partir de agosto, caso novos IFAs não sejam enviados. Se o contrato de transferência de tecnologia for assinado até o final de maio, a Fiocruz informa que consegue entregar vacina nacional a partir de outubro. No entanto, com esse panorama ficaremos sem doses em agosto e setembro.

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