O que menos precisamos agora é politizar a vacina, diz presidente da SBIm
"Qualquer uma dessas vacinas que conseguir ter segurança e eficácia serão bem-vindas”, diz Juarez Cunha
Em meio à busca mundial por uma vacina contra o novo coronavírus, o Brasil assistiu a um impasse federativo em torno da produção da Coronavac nesta semana após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desautorizar a compra das doses – determinada pelo Ministério da Saúde – do imunizante desenvolvido pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) declarou, posteriormente, que “não há preocupação com a origem das candidatas à vacina, mas com a qualidade, segurança e eficácia”.
O presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, concorda com o posicionamento da agência reguladora.
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“Essa discussão está indo para um lado que não deveria. Temos que discutir a ciência. A politização em relação a qualquer das vacinas, que venham a ser seguras e eficazes, independentemente de onde ela é produzida, não cabe neste momento”, afirmou em entrevista à CNN.
“Até porque toda sociedade científica está esperando é que tenhamos várias vacinas seguras e eficazes. Então, qualquer uma dessas vacinas que conseguir chegar a esse tipo de segurança e eficácia serão bem-vindas”, acrescentou.
O especialista lembrou ainda que toda medicação e vacina só é liberada para a população brasileira após a Anvisa avaliar e licenciar o produto.
“O que menos a gente precisa nesse momento é politizar essa discussão até para não impactar a credibilidade de vacinas que usamos há 30, 40, 50 anos”, pontuou.
(Edição: Sinara Peixoto)