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    Brasil tem 57 mortos e 2.433 casos do novo coronavírus

    São Paulo é o estado com o maior número de casos, seguido por Rio de Janeiro e Ceará; boletim é o primeiro com óbitos fora da região Sudeste do país

    Guilherme Venaglia e Natália André , Da CNN, em São Paulo e em Brasília

     

    O Brasil tem 2.433 casos confirmados do novo coronavírus (COVID-19), com um total de 57 óbitos. Os números foram divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (25). As novidades desse boletim são uma morte no Amazonas, uma em Pernambuco e uma no Rio Grande do Sul. São Paulo tem 48 óbitos e o Rio de Janeiro, seis.

    São Paulo é o estado com o maior número de casos — 862 no total. Depois vêm Rio de Janeiro (370), Ceará (200), Distrito Federal (160), Minas Gerais (133), Rio Grande do Sul (123) e Santa Catarina (109).

    Ontem, o total de casos no Brasil era de 2.201, com 46 mortes. 

    Reprodução/Ministério da Saúde
    Boletim epidemiológico do novo coronavírus (COVID-19), divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (25)
    Foto: Reprodução/Ministério da Saúde

     

    Ministro nega demissão 

    Durante a entrevista coletiva em que os números foram anunciados, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), falou sobre a possibilidade de deixar o cargo.

    “Eu não saio daqui. Saio daqui quando acharem que eu não devo mais ficar, o presidente que me nomeou, se eu ficar doente ou se eu sentir que eu não sou mais necessário, quando a crise tiver passado”, disse.

    Ele também ponderou o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), especificamente, sobre os processos de quarentena diferentes em cada estado. Para ele, é preciso tomar cuidado com as especificidades de cada região e com os serviços essenciais.

    “Tem ações que foram tomadas que impedem o funcionamento do próprio sistema de saúde”, disse, adotando um discurso conciliador entre estados, municípios e União.

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    Segundo Mandetta, “A gente tem que melhorar esse negócio de quarentena, ficou muito desarrumado, não ficou bom. Foi precipitado, foi cedo. Foi uma sensação de ‘entramos, e agora como saímos?'”.

    “As pessoas precisam saber quando a quarentena termina. O prazo final precisa ser dito, por isso, não é uma medida que se toma do nada. É preciso planejamento”, afirmou o ministro, que deixou a entrevsta coletiva antes das perguntas dos jornalistas. 

    O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, disse que a pasta enfrenta dificuldades com a redução do número de voos no país e o fechamento de rodovias. “As regiões Norte e Nordeste ainda não receberam os equipamentos de segurança para fazerem o atendimento correto das pessoas infectadas por falta de voo”, comentou.

    No Distrito Federal, a campanha de vacinação está sofrendo mudanças no cronograma por causa de bloqueios em Catalão (GO). Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o caminhão que trazia 216 mil doses atrasadas foi barrado no meio do caminho. Nos dois primeiros dias, 50% dos idosos já foram vacinados.

    Ontem, Bolsonaro usou um pronunciamento nacional de TV e rádio para criticar as restrições adotadas por governadores e prefeitos, e voltou a classificar o COVID-19 como “gripezinha”. Hoje, disse que o comércio deve ser aberto e que “a saúde dos idosos e portadores de comorbidades” deve ser preservada. O presidente foi contestado por representantes de vários setores

    Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, para implementar o isolamento vertical para idosos e doentes crônicos pedido por Bolsonaro hoje, é preciso conhecer a doença e esperar mais tempo fazendo testes. Por enquanto, isolamento continuará sendo horizontal, ou seja, todas as pessoas precisam ficar em casa.

     

    Cloroquina

    O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, afirmou que não é seguro fazer uso indiscriminado da hidroxicloroquina e da cloroquina, mas que os medicamentos serão oferecidos para pacientes em estado grave “com o máximo de controle”. Segundo Vianna, “os benefícios superam os riscos nesse subgrupo de pacientes”.

    “Essas substâncias aumentam relativamente os batimentos cardíacos e só serão usadas em pacientes graves internados. Se eles tiverem complicações, os hospitais saberão reagir. Em casa, não é possível fazer nada”, concluiu.

    Mandetta ressaltou que quem não tem doenças como malária, lúpus e artrite reumatóide não deve fazer uso destes medicamentos, menos ainda sem orientação médica.

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    Confisco

    O secretário Gabbardo também falou do confisco de equipamentos pelo Ministério da Saúde, e afirmou que o governo vai continuar controlando o envio de respiradores e outros itens para conseguir reforçar as regiões de forma justa e responsável.

    Mais cedo hoje, o governador paulista, João Doria (PSDB), disse que o estado irá à Justiça se o governo federal tentar confiscar respiradores e medicamentos de São Paulo, onde há o maior número de casos do novo coronavírus no Brasil.

    “O Ministério da Saúde não vai prejudicar de forma alguma o reforço dos leitos de UTI. Mas vai continuar confiscando equipamentos para que possam ser direcionados para cidades e estados que tenham maior necessidade. O estado de São Paulo mesmo é uma das regiões que vai receber mais porque tem mais casos”, afirmou Gabbardo.

    Mandetta anunciou que o Ministério da Saúde vai liberar mais R$ 600 milhões para municípios brasileiros. Na primeira fase, foram R$ 400 milhões, sendo R$ 2 por habitante. Agora, os secretários estaduais precisarão combinar com seus secretários municipais para acertar quanto cada cidade vai receber, e o valor será de R$ 2 a R$ 5 por habitante.

    O Ministério da Saúde está aperfeiçoando sua plataforma de atualização de dados sobre o novo coronavírus no Brasil, que está fora do ar desde o final da semana passada. O novo sistema será lançado amanhã e deve ter números mais atualizados rapidamente, além da taxa de pacientes recuperados em solo brasileiro.

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