Deputadas Tabata Amaral e Luisa Canziani: Fundeb é o principal desafio do MEC
Em debate na CNN, parlamentares avaliaram a escolha de Carlos Alberto Decotelli ao Ministério da Educação e elencaram os principais desafios da pasta
Dono de um dos maiores orçamentos do governo federal, o Ministério da Educação enfrenta a mudança da dinâmica da educação no Brasil diante da pandemia de Covid-19 no momento em que também ganha um novo chefe. Com tal desafio à frente da pasta, a CNN promoveu debate entre as deputadas Tabata Amaral (PDT-SP) e Luisa Canziani (PTB-PR) sobre a chegada de Carlos Alberto Decotelli da Silva ao MEC e os rumos da educação no país.
Para Tabata, o ministro chega com o desafio de reestruturar o MEC, que segundo ela ficou “um ano e meio com ministério à deriva com dois ministros sem prioridades” — Ricardo Vélez Rodríguez e Abraham Weintraub — e que demonstraram “não entender a importância da educação”.
Ela elenca duas pautas urgentes para Decotelli: não se render às guerras ideológicas que permearam o MEC nas administrações anteriores e aprovar o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que vence em 2020 e é responsável por mais da metade da educação básica no Brasil.
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Para Luisa Canziani, “Depois de 14 meses de ingerência no MEC e uma política de desconstrução e enviesada ideologicamente, Bolsonaro faz aceno a todos que acreditam na educação”.
Segundo a deputada, “Decotelli é qualificado e entende de educação e finanças, sabe ouvir e dialogar com as diferentes frentes”, e vai “avançar com a pasta.”
Tabata voltou suas atenções ao Fundeb, que segundo ela é a medida mais urgente para a educação no país, especialmente em cenário de pandemia, onde a arrecadação está caindo e é preciso desde já coordenar os recursos para educação básica.
“O primeiro gesto que o novo ministro pode fazer é sentar com a sociedade civil para conversar e aprovar o Fundeb para os próximos anos”, disse.
Luisa relembrou que o Fundeb é um tema que vem sendo discutido desde 2015, com uma série de audiências públicas que buscam elaborar um texto que vise diminuir as igualdades na educação do país, e disse ter “convicção” de que o novo ministro irá ajudar neste sentido.
“Temos que deixar de lado disputas políticas e ideológicas para criar uma grande agenda para retorno das aulas pós-pandemia. Temos que continuar transmitindo conhecimento a nossos alunos”, afirmou.
(Edição: Bernardo Barbosa)