PF faz operação em 2 estados e investiga desvio de R$ 94 milhões nos Correios
Operação Postal Off II, realizada nesta manhã, é a segunda fase de uma operação desencadeada em setembro de 2019
A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira (4) 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro (capital) e São Paulo (capital, Praia Grande e São Vicente), em residências de investigados e sedes dos Correios.
Segundo informações da PF, a Operação Postal Off II, realizada nesta manhã, é a segunda fase de uma operação desencadeada em setembro de 2019, que visa desarticular uma “organização criminosa que subfaturava valores devidos à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT), além de desviar para si grandes clientes no seguimento de postagem de cartas comerciais”.
A investigação começou em 2018, em Santa Catarina, mas os policiais encontraram indícios da “forte atuação” do grupo também no Rio de Janeiro e em São Paulo. A ação contava com a participação de funcionários dos Correios, que faziam com que grandes cargas de clientes fossem distribuídas no fluxo postal sem faturamento ou com faturamento muito inferior ao devido.
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O prejuízo causado pela quadrilha é estimado em R$ 94 milhões. Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, estelionato, violação do sigilo funcional e formação de organização criminosa.
Na fase atual da operação, os investigadores encontraram indícios da participação de um empresário titular de agências fraqueadas dos Correios, e de sete funcionários da companhia, informou a PF.
Além dos mandados de busca e apreensão, também foram expedidos mandados de afastamento de funcionários de suas funções e medidas cautelares.
Na casa de um dos alvos da operação de hoje, os policiais federais apreenderam cerca de R$ 3,5 milhões. Trata-se da residência do empresário responsável por algumas agências franqueadas dos Correios.
Em nota, os Correios afirmaram que “estão colaborando ativamente com as autoridades policiais nas investigações” e “reafirmam seu compromisso com a ética, a integridade e a transparência”.
(Com informações de Thayana Araújo, Diego Sarza e Camille Couto, da CNN, no Rio de Janeiro, e Julyanne Jucá, da CNN, em São Paulo)