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    Superintendente da Saúde do RJ é preso suspeito de desvio de dinheiro em compras

    Carlos Frederico Verçosa Duboc é suspeito de participar de esquema que desviou pelo menos R$ 18 milhões.

    Thayana Araujo, da CNN, no Rio de Janeiro e Sinara Peixoto, da CNN, em São Paulo

    O superintendente de Orçamento e Finanças da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Carlos Frederico Verçosa Duboc, foi preso na manhã desta quarta-feira (17), por suspeita de fraude na compra emergencial de respiradores durante a pandemia do novo coronavírus. O rombo no dinheiro público é de pelo menos R$ 18 milhões.

    Na mesma operação, agentes do Ministério Público do Rio e de Brasília, com apoio da Delegacia Fazendária do RJ, prenderam o empresário Anderson Gomes e cumpriram mandados de busca e apreensão – quatro no RJ e cinco em Brasília. Os alvos estão ou estiveram ligados à Secretaria Estadual de Saúde do Rio. 

    No centro das investigações estão fraudes relacionadas à compras que deveriam ser para o combate ao novo coronavírus. A ação está em andamento e é desdobramento da operação Mercadores do Caos, que prendeu, em maio deste ano, Gabriell Neves, ex-subsecretário de saúde do Rio de Janeiro. 

    Neves é suspeito de integrar uma organização criminosa que recebia vantagens iícitas em contratos emergenciais – quando há dispensa de licitação – para a compra de respiradores pulmonares utilizados no tratamento de pacientes graves com Covid-19. 

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    Passados mais de dois meses da data limite para a entrega dos respiradores comprados sem licitação, nenhum equipamento foi entregue pelas empresas. O dinheiro público também ainda não foi devolvido ao estado.

    Reação do governador

    O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) pediu na manhã desta quarta a exoneração de Verçosa, após a prisão do superintendente na ação do MP RJ.

    Witzel se mostrou irritado com a notícia do suposto envolvimento de Verçosa em fraudes ligadas à compra de mil respiradores pelo estado para o combate à Covid-19. Ele era o terceiro na hierarquia da saúde do estado e responsável por autorizar despesas – incluindo as de dispensas de licitação, como foi o caso dos respiradores.

    Nos bastidores da saúde, Verçosa já é considerado exonerado. A publicação no Diário Oficial do Estado sairá até a quinta-feira (18).

    Perfil do superintendente 

    Duboc trabalhou na área de Orçamento e Finanças da Prefeitura do Rio de Janeiro, e a experiência o levou para a Secretaria Estadual de Saúde, onde atuava desde 2019 em um cargo importante.

    Ele chefiava cerca de 70 pessoas – todos funcionários de carreira do estado. O superintendente era o responsável por fazer pagamentos para UPAs e outros serviços.

    As Organizações Sociais (OSs), que fazem as administrações de várias unidades da saúde, passavam os documentos com os gastos semanais e o superintendente fazia o levantamento de quanto precisava pagar pelos serviços e executava os pagamentos em nome da Secretaria de Saúde do Estado.

    Funcionários da pasta disseram que Duboc não levantava suspeitas de envolvimento com fraudes. Muitos o descreveram como um profissional com horário para entrar na secretaria, mas não para sair, sempre muito comprometido.

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