Índice de mortes de jovens infratores chega a 12% no estado do Rio
O percentual corresponde a 5.192 jovens – eles tinham, em média, 19 anos quando morreram
Um levantamento feito pelo Ministério Público do Rio de Janeiro constatou a morte de 12% dos adolescentes que, entre 2008 e setembro de 2020, chegaram a ser internados para cumprimento de medidas socioeducativas no estado.
Essas mortes ocorreram depois das internações. O percentual corresponde a 5.192 jovens – eles tinham, em média, 19 anos quando morreram.
As causas das mortes não foram definidas, mas, segundo responsáveis pela pesquisa, os óbitos anuais cresceram a partir de 2014, um movimento compatível com o aumento de homicídios dolosos de jovens registrado pelo Instituto de Segurança Pública do Rio.
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Entre adolescentes, a taxa – que era de 12 mortos por 100 mil habitantes em 2012 –, passou para 21 casos por 100 mil em 2017.
Segundo a pesquisa, o tráfico de drogas foi a causa de 43% das internações – provisórias ou não – de jovens no período.
Em segundo lugar ficou o roubo majorado, quando há, por exemplo, o uso de arma de fogo. Os homicídios, simples e qualificados, chegam a 2,8% – 1.073 casos em quase 13 anos, 82 por ano.
Dos cerca de 45 mil jovens que chegaram a ser levados para o Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas) no período, 94% eram do sexo masculino – em média, com 16 anos (entre as adolescentes do sexo feminino, a primeira entrada ocorreu, em média, aos 15 anos).
Também de acordo com o trabalho, o índice de reincidência – jovens que voltaram a ser internados no Degase – chegou a 29%.
O levantamento foi pelo Centro de Pesquisas do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro com o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e Juventude — Matéria Infracional.