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    Solidariedade expulsa advogado de réu do 8/1 que confundiu “O Príncipe” com “O Pequeno Príncipe”

    Hery Kattwinkel Júnior defendeu o réu Thiago de Assis Mathar no Supremo Tribunal Federal (STF)

    Caio Junqueirada CNN , São Paulo

    O Solidariedade expulsou, nesta quinta-feira (14), o advogado Hery Kattwinkel Júnior do seu quadro de filiados após a defesa realizada no Supremo Tribunal Federal (STF) para um dos réus dos atos golpistas de 8 de janeiro, Thiago de Assis Mathar.

    Segundo o partido, o advogado protagonizou um “grotesco espetáculo de ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal” durante o julgamento em vez de “se limitar a desempenhar as legítimas funções que se espera de um advogado”. O advogado verbalizou e endossou, segundo o Solidariedade, “discurso de ódio, não raro permeado de fake news, que contaminou parte da sociedade brasileira”.

    O partido diz ainda que “logo após a sua lamentável participação no julgamento de hoje, já passaram a circular nas redes sociais do referido filiado diversas mensagens alusivas à sua pretendida candidatura nas eleições do próximo ano” e que, “desta forma, mostra-se uma insuperável incompatibilidade entre a linha de atuação política do Sr. Hery Waldir Kattwinkel Júnior e o partido Solidariedade”.

    De acordo com a nota, “o Solidariedade é um partido político com inabalável compromisso com a defesa do Estado Democrático de Direito e jamais admitirá que qualquer de seus filiados afaste-se desse inegociável princípio com o regime democrático”.

    Afirma ainda que “não se alegue que o Sr. Hery Waldir Kattwinkel Júnior limitou-se a cumprir suas funções como advogado, na medida em que, ao se dedicar a proferir ataques pessoais aos Ministros do Supremo Tribunal Federal e verbalizar fake news propagada contra um dos magistrados, já há muito desmentida pela verdade dos fatos, extrapolou o seu papel como advogado, transformado a sustentação oral em um tosco e raso discurso político para agitar grupos antidemocráticos que há poucos meses conspiraram e atacaram violentamente as sedes dos Três Poderes da República, e com especial fúria o Supremo Tribunal Federal”.

    Acrescenta que “a adoção dessa linha política só pode partir de quem preza por formas autoritárias de exercício de poder ou tem uma noção degenerada do que vem a ser um regime democrático”. “Definitivamente, o Solidariedade não é o lugar para pessoas com essa categoria de pensamento e prática política” e que “quem se valer de qualquer espaço para difundir discursos de ódio para angariar apoio de movimentos que visam minar ou derrubar as instituições democráticas brasileiras definitivamente não encontrará espaço neste partido político”.

    A nota é assinada por Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, Presidente Nacional do partido, e por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, vice-presidente Nacional.

    A CNN tenta contato com o advogado.

    Durante sua fala no STF, o advogado também chamou a atenção por ter confundido os livros “O Príncipe”, de Niccolò Machiavelli, com “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, o que rendeu uma crítica de Moraes.

    Veja também: Juristas veem pena “duríssima” e divergem sobre condenação de réus pelo 8/1

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