TCE suspende pagamento à organização investigada em operação que envolve Witzel
IABAS é responsável pelo Hospital de Campanha do estado
O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE) determinou a suspensão de pagamentos relacionados ao contrato firmado entre o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS) com o governo do Estado na gestão de hospitais de campanha. Há suspeita de superfaturamento dos contratos com a organização social. A empresa foi um dos alvos da Operação Placebo, deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (26).
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Em um prazo de cinco dias, o atual secretário de Estado de Saúde, Fernando Ferry, o subsecretário executivo da pasta e o Instituto deverão comprovar e cumprir algumas medidas. Como justificar os valores contratados no Sistema Eletrônico de Informações mediante estimativa de preços baseada em três fontes de referência. A própria secretaria deverá definir se vai continuar com o contrato firmado, caso seja constatado que o IABAS – que até o dia 11 de maio já havia recebido R$256 mi – pratique preços acima do mercado.
Em entrevista à CNN, Gustavo Guedes, advogado do IABAS, afirmou que o atrasao foi devido às investigações e negou todas as acusações sobre possível fraude.
Operação Placebo
Na terça-feira (26), a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão em vários endereços no Rio de Janeiro e em São Paulo. Entre os endereços, as equipes foram até o Palácio das Laranjeiras, residência oficial de Wilson Witzel e na casa onde ele morava antes de ser eleito.
Os agentes da PF também fizeram buscas no endereço onde fica o escritório em que Helena Witzel, primeira-dama do estado atua, e na casa do ex-subsecretário de saúde, Gabriell Neves, no Leblon, zona sul da capital fluminense.
A Operação Placebo apura desvios na saúde pública do Rio em negociações de emergência durante a pandemia do novo coronavírus.
Em nota, Witzel negou qualquer tipo de participação em irregularidades nas denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal e acusou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de oficializar a interferência na Polícia Federal.