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    Mito da democracia racial é estratégia para silenciar negros, diz Sérgio Loroza

    Ator, cantor e humorista disse que questão da igualdade é uma das maiores bandeiras dele, mas que viu isso ser usado contra negros no Brasil

    Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (4), o ator, cantor e humorista Sérgio Loroza falou sobre os protestos que eclodiram nos EUA e em outros países em decorrência da morte de George Floyd. Ele afirmou que “deseja muito a questão da igualdade”, mas entende que conceitos do tipo foram usados para silenciar as pessoas negras na sociedade.

    “A questão da igualdade é uma das minhas maiores bandeiras”, afirmou ele. “Existem alguns de nós que são afrodistraídos, e eu me coloco nessa. Eu só descobri que eu era negro depois de alguns anos. Sempre acreditei no mito da igualdade e democracia racial, que somos iguais e que no Brasil não existe isso, mas acho que foi uma estratégia muito bem plantada até mesmo para silenciar a gente”, avaliou.

    O artista ainda classificou que, no Brasil, “a estratégia foi mais cruel”. “Justamente nesse sentido de fazer a gente acreditar que está tudo certo por aqui”, disse ele. “Em função do mito da democracia racial, a gente foi silenciado durante muito tempo e toda vez que tentamos levantar esse assunto existem vários instrumentos [contra]. Hoje, o mais cruel deles é o vitimismo, então você [deixa de] falar disso e esse momento está servindo para mostrar que não vai dar para se calar”, completou.

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    Loroza avaliou que os protestos a partir da morte de George Floyd e o debate sobre o racismo são importantes a sociedade como um todo. “Com a questão que estamos vivendo da pandemia, acho que esse pode ser o momento para também sepultar de vez esse mundo atual e esse estado de injustiças sendo naturalizadas. Isso acabou”, defendeu.

    “A partir de agora estamos montando um novo mundo. Eu diria que uma espécie de black gênesis, se é que é possível. Vamos tentar criar um mundo mais interessante para todos. O grande desafio para a humanidade é esse, perceber todas as coisas que estão erradas e partir daqui para um mundo melhor”, afirmou.

    E concluiu: “De uma maneira geral, eu sou esperançoso. Prefiro acreditar que o ser humano é possível, porque se achar que é impossível, vou me acreditar impossível também. Desejo que a gente possa aprender com isso tudo e conseguir chegar a uma sociedade mais legal para todo mundo. São os racistas e os antirracistas. Não dá mais pra ficar em cima do muro. Independente da motivação, o momento é de mudança”.

    (Edição: Leonardo Lellis)

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