Se houver riscos, volta às aulas presenciais em SP pode ser revista, diz Doria
Em entrevista à CNN, governador do estado avaliou cenário da pandemia no estado
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta terça-feira (8) em entrevista à CNN, que, caso haja riscos para alunos e funcionários, a data prevista para a retomada das aulas presenciais poderá ser revista.
“Se houver qualquer risco à população de crianças, jovens, professores, gestores e fornecedores das escolas, esta decisão poderá ser revista, não há dúvidas nesse sentido”, afirmou, dizendo que a decisão não é dele, mas amparada nas secretarias de Saúde e Educação.
A volta às aulas está prevista para 7 de outubro. Nesta terça, alunos paulistas de 128 cidades puderam ir às escolas pela primeira vez desde março para atividades de recreação e reforço.
“Pode ser revisto, sim, mas a priori, em 7 de outubro as aulas poderão ser retomadas nas cidades que assim entenderem, Vamos respeitar a decisão dos prefeitos para que tenham autonomia nesse assunto. Por enquanto, está mantido”, disse.
Coronavac
Sobre o andamento dos testes da vacina Coronavac, Doria negou que ela tenha efeito reduzido na população idosa.
“Não há situação que distingua pessoas com mais de 60 anos e menos de 60 anos na aplicação da vacina”, disse. “Em idosos, [a Coronavac] teve 98% de eficácia, considerado pelo protocolo internacional como altíssima eficiência. Os idosos não terão nenhum risco ao serem imunizados pela Coronavac”.
Ele informou que, desde o início da terceira fase de testes da vacina, há mais de 30 dias, não houve qualquer ocorrência que possa merecer mais estudo ou análise. “Informes indicam dores de cabeça, dor onde se aplica a vacina, o que é entendido por cientistas como dentro da normalidade.
Para ele, somente com a imunização será possível o retorno à vida normal. “Até lá, cautela”‘, recomendou. “Não é hora de festejar nada, haverá momento para isso após a imunização”.
O governador declarou também que acredita que a vacinação contra Covid-19 deve ser mandatória e criticou o presidente Jair Bolsonaro pela revogação do decreto que estabelecia essa obrigatoriedade.
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“Uma pessoa não vacinada pode ser contaminada e contaminar outras pessoas. Não é razoável fazer a opção de não se proteger. Não consigo compreender o direito à morte”, disse.
“Lamento que o presidente Bolsonaro tenha revogado o decreto que ele mesmo assinou e peço que reveja a posição em nome da saúde e vida dos brasileiros”.
A relação com o Ministério da Saúde, no entanto, vai bem. Doria informou que a primeira parcela de recursos federais ao Insituto Butantan deve ser liberada nesta semana. “Até aqui, estamos convictos que o comportamento do Ministério da Saúde prosseguirá nesse sentido”.
Aglomeração no litoral
O governador classificou as aglomerações vistas nos últimos dias no litoral paulista como “preocupantes”, mas disse que a revisão das normas fica a critério dos prefeitos.
“O que o governo recomenda é obediência aos códigos sanitários e à legislação estadual que obriga o uso de máscara. A decisão de ocupar faixas de areia, o uso do mar, calçadões, parques e praças pertence ao município”, disse.
Ele ressaltou, no entanto, a importância do cuidado individual. “Cada um tem grau de responsabilidade, independentemente do governo estadual, municipal e até federal”, disse.
“Fico triste em verificar essa parcela da população que não compreende a importância de se resguardar. Entendo que seis meses de isolamento atordoam as pessoas, querem liberdade e sair. Mas sair para encontrar a morte não é um bom caminho”.