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    CPI antecipa depoimento de Luana Araújo; infectologista ficou 10 dias na Saúde

    A alteração no calendário ocorreu em meio a uma articulação de senadores para ouvir, ainda nesta semana, o ministro da Saúde

    Bárbara Baião e Rachel Vargas, da CNN em Brasília

    O presidente da CPI, Omar Aziz, decidiu antecipar o depoimento de Luana de Araújo para esta quarta-feira (2). A infectologista, crítica do uso de remédios sem eficácia comprovada contra à Covid-19, foi indicada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para exercer o cargo de secretária extraordinária de enfrentamento à Covid, mas a nomeação não foi efetivada mesmo após dez dias atuando no cargo.

    A ideia dos senadores é ouvir Luana para saber a razão pela qual ela não foi nomeada. A oitiva dela antes da de Queiroga é uma estratégia para coletar novas informações e poder ter novos elementos para confrontar o atual ministro. Segundo o presidente da CPI, Omar Aziz, Luana já concordou em comparecer à comissão nesta quarta-feira.

    A alteração no calendário ocorreu em meio a uma articulação de senadores para ouvir, ainda nesta semana, o ministro da Saúde. Era o que defendia, por exemplo, o relator Renan Calheiros, diante da possibilidade de o Brasil sediar a Copa América. Segundo relatos feitos à CNN, o depoimento do ministro deve ocorrer na próxima semana.

    A avaliação é de que é preciso avançar além do pedido de convocação do presidente da CBF, Rogério Caboclo, já que o evento privado não acontecerá no país sem a concordância de autoridades públicas. O senador Otto Alencar (PSD/BA) considera “insanidade” a possível realização do evento esportivo no Brasil. “Não dá para acreditar que a Argentina e a Colômbia recusaram e a gente aceita”, afirmou à CNN. “Estou indignado”, completou.

    A ideia de antecipar Queiroga na CPI foi discutida no fim de semana. A ala majoritária entende que a reconvocação do ministro se justificaria também por ações do presidente que vão na contramão das orientações do ministério da Saúde, como distanciamento social e uso de máscara.

    Nise Yamaguchi

    Nesta terça-feira, a CPI vai ouvir a médica oncologista Nise Yamaguchi. Ela chegou a ser cotada para o cargo de ministra quando Luís Henrique Mandetta deixou a pasta. Nise foi citada em dois depoimentos à CPI.

    Primeiramente por Mandetta, que revelou um suposto aconselhamento paralelo no qual ela participava, enquanto o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, afirmou que a médica sugeriu alterações na bula da cloroquina.

    Para o depoimento da médica, Renan Calheiros tem se preparado para uma forma de inquirição considerada mais incisiva. Durante as perguntas, a ideia é exibir vídeos em que a médica, ao lado de outras autoridades, como o presidente da República, defende medidas na mira dos investigadores, como o uso da cloroquina.

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