Pazuello nega, mas Goiás diz que governo federal determinou fechar hospital
Hospital de campanha de Águas Lindas foi fechado; em depoimento à CPI da Pandemia, o ex-ministro da Saúde disse não ter informações sobre o caso
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse, em depoimento à CPI da Pandemia nesta quinta-feira (20) que não mandou fechar nenhum hospital. O questionamento foi feito pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e se referia ao Hospital de Campanha de Águas Lindas de Goiás, na região do entorno do Distrito Federal.
Pazuello disse que a demanda pela desmobilização do HCamp foi do estado de Goiás. Vieira contestou, dizendo que “Goiás pediu a prorrogação e foi negado”. O ex-ministro concluiu dizendo que não tinha esse dado.
À CNN, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), afirmou que o Ministério da Saúde solicitou que o hospital fosse desativado. “Naquele momento, era o final da primeira onda. Não tinha ainda a previsão de uma segunda onda. Não desativamos nada, mas o Ministério da Saúde, sim, confirmou que o hospital deveria ser desativado”, disse.
O hospital foi desativado no dia 22 de outubro de 2020, 4 meses após ser inaugurado pelo presidente Jair Bolsonaro, e como previa o acordo de cooperação entre os governos federal e estadual. O prazo de funcionamento poderia ou não ser prorrogado. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, dois pedidos do estado pela prorrogação foram negados pelo governo federal.
Em março deste ano, a Defensoria Pública da União em Goiás protocolou uma Ação Civil Pública pedindo a reabertura do hospital. O documento enviado para a Justiça Federal requeria a ampliação do número de leitos hospitalares para o tratamento de pacientes com Covid-19 em Goiás, para atender a demanda da fila de espera por vagas de UTI e enfermaria.
Em nota enviada à CNN na ocasião, a Secretaria Estadual de Saúde disse que não tinha interesse em reativar a unidade, mas sim em investir em outros hospitais já existentes, e que a decisão de fechar a unidade foi do governo federal.
A secretaria também informou que após essa decisão, elaborou um plano de desmobilização para assegurar a assistência necessária aos pacientes assistidas no local, que foram levadas para outras unidades de saúde estaduais.
O Hospital de Campanha de Águas Lindas foi construído pelo governo federal e repassado à gestão do Governo de Goiás. As obras custaram cerca de 10 milhões de reais, já com o custeio de manutenção da unidade foram gastos 7,5 milhões por mês.
Em nota enviada na tarde desta quinta-feira, a Secretaria Estadual de Saúde reafirmou que a desativação do Hospital de Campanha de Águas Lindas de Goiás foi decisão do Ministério da Saúde, e que o Estado de Goiás solicitou que a unidade fosse mantida até o final do ano passado, mas o requerimento foi negado pelo órgão do governo federal.