Polícia indicia Jairinho e Monique pelo assassinato de Henry Borel
Ministério Público deve apresentar denúncia contra o casal na terça-feira (4)
A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou Jairinho e sua esposa, Monique Medeiros, por homicídio duplamente qualificado por emprego de tortura e incapacidade na morte do garoto Henry Borel, que nesta segunda-feira (3) estaria completando cinco anos de idade.
Os investigadores pedem que as prisões temporárias de Jairinho e de Monique sejam convertidas em prisão preventiva.
Promotor do caso, Marcos Kac afirmou à CNN que deverá apresentar a denúncia contra o casal na terça-feira (4). Se a denúncia for aceita pela Justiça, Jairinho e Monique serão tornados réus.
A expectativa dos advogados é que o julgamento dos dois aconteça no fim deste ano. Ainda na terça-feira, a polícia deve esclarecer o papel de Jairinho e de Monique no crime.
A CNN apurou que a defesa de Jairinho deve questionar a rapidez do processo e pedir novas diligências. Já a defesa de Monique cogita pedir anulação do processo pelo fato de ela não ter sido ouvida novamente.
Presos desde o dia 8 de abril, Jairinho e Monique eram investigados por homicídio duplamente qualificado contra Henry Borel, ocorrido um mês antes das prisões. Segundo as investigações, a criança sofreu lesões internas que não são compatíveis com as de uma queda da cama, mas, sim, com as provocadas por agressões.
No caso de Jairinho, esse será o segundo indiciamento. Isto porque na última sexta-feira (30) o médico foi indiciado pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) e pelo Ministério Público por supostas agressões e tortura à filha de outra ex-namorada, quando a menina tinha entre três e cinco anos. Os fatos teriam ocorrido entre o fim de 2010 e o início de 2013. O delegado da unidade, Adriano França, pediu a prisão provisória do vereador.
Entenda o caso
O garoto morreu no Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, no dia 8 de março. Ele foi levado para lá pelo casal, que alegava tê-lo encontrado desmaiado no quarto onde dormia. Henry estaria com olhos revirados, pés e mãos geladas e dificuldades para respirar. Segundo os médicos, o garoto chegou ao estabelecimento com parada cardiorrespiratória.
À polícia, o casal afirmou suspeitar que o menino tenha se ferido em uma queda. No início das investigações, o caso foi tratado como um acidente. No entanto, uma perícia realizada no corpo do menino apontou que a vítima havia sido vítima de agressões.
No Instituto Médico Legal (IML), a necropsia constatou múltiplos sinais de trauma, como equimoses, hemorragia interna e ferimentos no fígado, típicos de agressão. O laudo de reprodução simulada, produzido pela perícia da Polícia Civil, aponta que o menino de quatro anos sofreu 23 lesões externas provocadas por ações violentas no dia de sua morte.