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    Radar Político: Bolsonaro e STF devem seguir discordando sobre vacinação

    Caio Junqueira, Fernando Molica e Igor Gadelha discutiram as declarações recentes do presidente e do STF sobre a obrigatoriedade da vacinação

    Luana Franzão*, , da CNN, em São Paulo



     

    No quadro Radar Político da CNN Rádio desta quinta-feira (17), os analistas Caio Junqueira, Fernando Molica e Igor Gadelha discutiram as declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a obrigatoriedade da vacinação e o posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a questão, que vai de encontro com o do líder.

    Fernando Molica considerou o Plano Nacional de Imunização “interessante” e ponderou que ele não deve ser só uma carta de intenções. 

    Durante a transmissão do quadro, o presidente assinou uma Medida Provisória que destina R$ 20 bilhões para a compra de vacinas contra a Covid-19. Durante o discurso, Bolsonaro voltou a dizer que a vacinação não deve ser obrigatória no país e a defender o uso da hidroxicloroquina – medicamento usado no tratamento da malária que não possui eficácia comprovada contra o novo coronavírus.

    Após a conclusão da fala do presidente, Molica destacou a mudança de postura de Bolsonaro que foi do tom conciliatório em relação à vacinação, na quarta-feira, ao discurso contra a obrigatoriedade. “Esse é o Bolsonaro de sempre”, disse sobre o discurso desta manhã.

    Igor Gadelha afirmou que além de uma questão de saúde pública, a obrigatoriedade da vacina é também um tema de ordem política. Ele lembrou a discussão feita na quarta-feira no STF sobre o assunto. “O Supremo Tribunal Federal, no voto de ontem do ministro Ricardo Lewandoski, já indicou que vai tornar a vacina obrigatória – não compulsória -,ou seja, quem não tomar a vacina deve ter algumas restrições”.

    Ele também considera improvável que o presidente da República mude sua visão sobre o assunto. Para Gadelha, tanto Bolsonaro quanto o governo têm sido muito cautelosos com a questão das vacinas, por medo de retaliações em casos de reações adversas ao imunizante.

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    “Não sabemos todos os efeitos da vacina, mas estamos fazendo muitos testes, não somos irresponsáveis.
    Entretanto, o que já sabemos são os efeitos da falta da vacina: mais de 7 milhões de infectados e 180 mil mortos”, disse Fernando Molica.

    Caio Junqueira observou que a questão de ordem principal no momento é a definição de uma data para o início da vacinação e a articulação do Plano Nacional de Imunização. Ele lembrou também que a movimentação recente sobre a questão dos imunizantes pode ser consequência de uma questão de diplomacia internacional: o governo não gostaria que o Brasil não fosse um dos primeiros a vacinar na América do Sul, como forma de demonstrar a força do país no bloco. As medidas recentes no Chile, Argentina e Colômbia podem fazer parte dos avanços durante a semana.

    *sob supervisão de Leonardo Lellis

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