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    Em campanha marcada pela violência, Equador vai às urnas neste domingo (20)

    Pleito aconteceria apenas em 2025, mas foi antecipado pelo presidente Guillermo Lasso por causa da crise política e da comoção interna

    Da CNN

    Os equatorianos vão às urnas neste domingo (20) escolher o novo presidente do país e legisladores. Mais de 13 milhões de pessoas estão elegíveis a votar.

    A eleição aconteceria apenas em 2025, mas foi antecipada pelo presidente Guillermo Lasso em 17 de maio, quando decretou a chamada “morte cruzada”. A justificativa usada foi a grave crise política e comoção interna.

    A campanha eleitoral, que terminou na quinta-feira (17), foi marcada pela violência, com o ponto mais trágico sendo o assassinado a tiros de Fernando Villavicencio, um dos candidatos, no dia 9 de agosto, a menos de um mês do pleito.

    Para garantir a segurança, o governo planejou um esquema de segurança com mais de 100 mil agentes, incluindo as Forças Armadas e a Polícia Nacional.

    Veja também — Análise: O peso do crime organizado na política sul-americana

    Entenda por que a eleição foi antecipada

    Em 17 de maio, o presidente Guillermo Lasso decretou a chamada “morte cruzada”, dissolvendo a Assembleia e encurtando seu mandato, para posterior convocação de eleições.

    A Constituição do Equador concede ao presidente esse poder nos primeiros três anos de seu governo. Entretanto, a manobra nunca tinha sido usada antes.

    A medida foi tomada um dia após o início do julgamento político contra Lasso na Assembleia Nacional por sua suposta participação no crime de peculato, uma acusação que o chefe de Estado nega.

    Desde então, Lasso tem governado o país por decreto. Apesar de poder concorrer, ele não disputa a reeleição, tendo rejeição de 80% da população.

    Horário de votação

    O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) detalha que o horário disponível para votar é das 7h às 17h, no horário local.

    Já para votação no exterior, o horário será das 9h até às 19h (hora local do país em que o eleitor está).

    Forças Armadas do Equador reforçam esquema de segurança para as eleições presidenciais
    Forças Armadas do Equador reforçam esquema de segurança para as eleições presidenciais / Divulgação/Forças Armadas Equador

    Quem são os candidatos

    Oito chapas foram inscritas para a disputa para presidente e vice-presidente. Saiba quem são eles nesta matéria e na galeria acima.

    A candidata de esquerda Luisa González lidera as intenções de voto com 26,6%, segundo a pesquisa da Cedatos, empresa de pesquisa aprovada pelo CNE.

    Ela é apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, que agora vive exilado em Bruxelas, depois de ter sido condenado por corrupção.

    González é uma ex-deputada até então pouco conhecida, considerada uma conservadora de esquerda. É contra o aborto, inclusive em casos de estupro.

    A mesma pesquisa mostrava Fernando Villavicencio em segundo lugar, com 13,2% das intenções de voto. Ele foi morto a tiros na saída de um comício na reta final da campanha.

    A disputa para presidente ainda tem o líder indígena Yaku Pérez, com 12,5% dos votos. O advogado é um defensor do meio ambiente, filho de trabalhadores rurais e promete transformador o Equador em um exemplo contra o aquecimento global e de combate ao crime.

    A pauta da segurança é considerada uma das mais importantes para os eleitores. O país de 18 milhões de habitantes tem visto uma grande onda crescente de violência nos últimos anos, incluindo o aumento no número de assassinatos.

    Debate presidencial no Equador em 13/08q2023
    Debate presidencial no Equador no último dia 13 / Reprodução/YouTube Ecuador TV

    Assassinato de Villavicencio

    Villavicencio, ex-parlamentar e jornalista investigativo com histórico de denunciar corrupção, foi morto a tiros ao deixar um comício no Anderson College, em Quito, capital do Equador, no dia 9 de agosto. Ele foi baleado várias vezes na cabeça após entrar no carro no qual sairia do local.

    Seis colombianos foram acusados pelo assassinato e permanecem sob custódia. A polícia os acusa de ligações com grupos criminosos. Outro suspeito foi morto horas depois do crime.

    Embora as cédulas para a eleição convocada pelo presidente cessante Guillermo Lasso já tivessem sido impressas antes do assassinato de Villavicencio, os votos para ele serão automaticamente transferidos para o substituto do partido.

    Estado de exceção, 100 mil agentes: a segurança para as eleições

    Polícia Nacional contará com um contingente de 53.707 tropas em todo o território, segundo informou o ministro do Interior, Juan Zapata. Também serão montados três postos de comando unificados para acompanhamento “minuto a minuto” do pleito. Se juntam ao efetivo policial 43 mil membros das Forças Armadas.

    Zapata também observou que 44 candidatos solicitaram segurança, especialmente nas províncias de Esmeraldas, Santo Domingo, Guayas, Manabí e Cañar.

    Anteriormente, o ministro da Defesa do Equador, Luis Lara Jaramillo, afirmou que “os cidadãos têm a garantia de que as Forças Armadas darão a segurança necessária para a realização dos comícios”. A fala aconteceu um dia após o assassinato do candidato Fernando Villavicencio,

    Forças Armadas mobilizadas

    O Exército do Equador realiza ações nas ruas do país desde o assassinato de Villavicencio, incluindo revista de carros e de cidadãos.

    As Forças Armadas estão mobilizadas em todo o território nacional por um período de 60 dias, conforme o decreto de estado de exceção assinado pelo presidente Guillermo Lasso.

    No anúncio do decreto, Lasso pontuou que a medida visa a “segurança dos cidadãos, a tranquilidade do país e das eleições livres e democráticas”.

    O decreto 841 também limita a liberdade de reunião e suspende a inviolabilidade do domicílio e a inviolabilidade da correspondência enviada ou recebida.

    O prazo de 60 dias baseia-se, segundo o decreto, em “manter a presença reforçada do Estado no território nacional por tempo suficiente para poder proteger e fortalecer a ordem pública, a paz social, a ordem estabelecida e limitar as cenas de violência contra pessoas e bens públicos e privados”.

    *com informações da Reuters

    *publicado por Tiago Tortella, da CNN

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