‘King Kong en Asunción’ é o vencedor do Festival de Gramado em 2020
Ganhador é um longa pernambucano, feito por Camilo Cavalvante
“King Kong en Asunción” foi escolhido na noite deste sábado (26) como o melhor filme da 48ª edição do Festival de Cinema de Gramado. Mesmo com o distanciamento social, a entrega dos kikitos – os prêmios dados aos ganhadores do festival – animou a noite dos fãs do cinema e do audiovisual.
O grande ganhador é um longa-metragem pernambucano, feito por Camilo Cavalvante. Nesta edição do Festival de Gramado, Pernambuco se consagra novamente como um dos grandes expoentes do cinema brasileiro, ainda mais quando é destacado o sucesso do recente filme Bacurau, ganhador do prêmio do júri de Cannes, em 2019.
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“King Kong en Asunción”, produção que foi gravada em dois países além do Brasil, levou os kikitos de Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Trilha Musical. O protagonista Andrade Júnior, no entanto, não conseguiu ver o filme concluído ou o reconhecimento de seu trabalho pois morreu em maio de 2019.
“Eu acho que cinema e arte não são corrida de cavalo, que tem o melhor ou o pior”, disse o diretor Camilo, ao receber o prêmio. “Todos os filmes que foram apresentados têm o seu valor. Sem a arte a gente não tem como sobreviver ao peso da vida. Seguimos com a vontade de construir um país e uma América Latina mais igual, mais justa e mais afetuosa… A gente está vivendo um momento surreal, de violência e de falta de tolerância do ser humano.”
O kikito de Melhor Trilha Musical também foi dado para o filme “Todos os Mortos”, que ganhou nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante, pelo trabalho de Alaíde Costa, e Melhor Ator Coadjuvante, para Thomás Aquino.
Já Melhor Direção ficou para o cineasta Ruy Guerra, pelo filme “Aos Pedaços”. O documentário sobre a vida do cantor Sidney Magal, “Me Chama Que eu Vou”, ganhou o kikito de Melhor Montagem.
O melhor filme estrangeiro premiado pelo Festival de Gramado foi “La Frontera”, de Davi Davi, que retrata a história de famílias afetadas pela crise na fronteira entre Colômbia e Venezuela. Melhor Direção de filme estrangeiro foi para Mariana Viñoles por “El gran viaje al país pequeño”, um documentário que acompanhou a trajetória de duas das cinco famílias de refugiados sírios que se mudaram para o Uruguai em 2014.
O Festival de Gramado também tem o costume de reconhecer e enaltecer o cinema local. Por isso, dedica um kikito para as produções gaúchas do audiovisual.
O melhor longa gaúcho escolhido foi “Portuñol”, de Thais Fernandes, que aborda diferentes culturas e suas conexões.