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    Governo nigeriano envia comitiva ao Níger para discutir estabilização do país

    Grupo enviado pelo presidente Bola Tinubu irá negociar, com a junta militar que governa o país, um acordo para a recondução do presidente Mohamed Bazoum ao poder; ONU mantém assistência humanitária na região

    Fábio Mendesda CNN

    A Nigéria assumiu o comando das negociações, entre os países da África Ocidental, para solucionar a crise política desencadeada no Níger após o golpe que derrubou o presidente Mohamed Bazoum. Nesta quinta-feira (03) uma comitiva nigeriana foi enviada a Niamei para abrir negociações com a junta militar.

    O envio da comitiva faz parte dos esforços da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) para resolver o impasse que se instalou no Níger desde a semana passada, quando integrantes da Guarda Republicada depuseram Bazoum.

    O presidente da Nigéria, Bola Tinubu, está também à frente do Comitê dos Chefes de Estado-Maior da Cedeao. Ele nomeou como chefe da delegação o ex-presidente Abdulsalami Abubakar. Também integram o grupo o Sultão de Sokoto, Alhaji Muhammad Sa’ad Abubakar III e o Presidente da Comissão da Cedeao Omar Alieu Touray.

    Em paralelo, o governo da Nigéria enviou uma delegação para se reunir com os líderes da Líbia e da Argélia para discutir um apoio aos esforços da Cedeao. A missão é liderada pelo Embaixador Babagana Kingibe.

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    “Não queremos tomar partido por nenhum lado. Nossa preocupação é a democracia e a paz da região”, disse o presidente em nota oficial.

    Antes de chegar ao Níger, Abubakar comentou que os principais itens da pauta é reforçar as demandas da Cedeao para a redemocratização do país. Em reunião no último domingo, a entidade cobrou a recondução de Bazoum à presidente e anunciou uma série de sanções, como fechamento das fronteiras dos países membros com o Níger e a interrupção de transações comerciais.

    A Cedeao chegou a anunciar que uma ação armada seria colocada em prática se a junta militar não e dispusesse a reconduzir Bazoum à presidência. Mas a reunião que teve início hoje com a comitiva deve reduzir a tensão entre os países da região e o Níger.

    Nações Unidas

    A Organização das Nações Unidas (ONU), que atua na região desde os anos 1970, segue atuando na região e acompanhando os desdobramentos da situação política.

    Atualmente, a ONU conta com 1.909 funcionários, distribuídos por 22 diferentes agências, fundos e programas. Desde o golpe, as equipes continuam atuando em seus postos de trabalho convencionais. “A assistência humanitária continua ininterrupta, em reconhecimento às necessidades urgentes da população do país”, disse à CNN a coordenadora das Nações Unidas para o Níger, Louise Aubin.

    A coordenadora, que atua no país desde 2021, afirmou à CNN que as Nações Unidas seguem “monitorando de perto” a situação no país. “A ONU está preocupada com a detenção do presidente Bazoum e outras figuras políticas e com sua segurança e bem-estar”, disse. “Instamos as autoridades nigerianas a seguir o devido processo judicial e respeitar os direitos humanos de todos os detidos, de acordo com suas responsabilidades internacionais.”

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