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    Lady Gaga faz homenagem para Tony Bennett dez dias após a morte do artista

    "Nossa relação era muito verdadeira", disse Lady Gaga sobre a grande amizade com Bennett

    Caroline Ferreiracolaboração para a CNN , São Paulo

    Dez dias após a morte do cantor Tony Bennett, Lady Gaga usou as redes sociais neste domingo (30), para prestar um tributo ao artista que faleceu em 21 de julho, aos 96 anos, em decorrência do Alzheimer, doença diagnosticada em 2016.

    Além de parceiros musicais, Gaga e Bennett, ícone da música romântica e do jazz, eram grandes amigos fora dos palcos.

    “Sentirei falta do meu amigo para sempre. Sentirei falta de cantar com ele, conversar com ele, estar junto com ele no palco”, escreveu a estrela no Instagram.

    Com o texto, a cantora também compartilhou uma imagem em que os dois aparecem abraçados.

    “Tony e eu tínhamos um poder mágico. Nós nos transportávamos para uma outra era, modernizamos a música juntos, e demos a ela uma nova vida com um duo de cantores. Mas não era atuação. Nossa relação era muito verdadeira”, continuou ela.

    “Claro que ele me ensinou sobre música, sobre a vida do showbiz, mas também me mostrou como manter meu espírito elevado e minha cabeça no lugar. Vá em frente, dizia ele. Ele era otimista, e acreditava na qualidade de trabalho e qualidade de vida”, acrescentou.

    Em outro trecho, Gaga diz que está de luto pela perda de Tony há muito tempo. “Tivemos uma longa e poderosa despedida”, afirmou.

    Na publicação, que já soma quase 20 mil comentários, a cantora afirma ainda que perdê-lo para o Alzheimer foi doloroso, mas muito bonito. “Tudo o que eu queria era que Tony se lembrasse quanto eu o amava e quão grata eu era por tê-lo em minha vida”.

    Por fim, ela completou a homenagem dizendo que se pudesse dizer algo ao mundo, diria para que os mais velhos não fossem menosprezados.

    “Não os deixem para trás quando as coisas mudarem. Cuide dos idosos e eu te prometo que você aprenderá algo especial. Talvez mágico”.

    A amizade de Lady Gaga e Tony Bennett

    “Tony é uma das minhas pessoas favoritas no mundo todo, e eu o amo de coração”, disse Gaga à Zoe Ball, da “BBC Radio 2”, em 2021. Era assim que a cantora resumia o carinho que sentia pelo artista.

    “Não dá para explicar o quanto eu aprendi com ele e como é cantar com uma lenda por tantos anos”, prosseguiu.

    Em 2011, Lady Gaga cantou uma música de Nat King Cole em um evento de arrecadação de fundos para a Robin Hood Foundation. Bennett, que estava presente na ocasião, ficou impressionado com a performance da cantora e sugeriu que os dois gravassem um álbum juntos. A revelação aconteceu em 2014, em uma entrevista da artista à revista “Vogue”.

    Depois de lançarem o primeiro single “The Lady is a Tramp” em parceria, os dois passaram a planejar o que viria a ser o primeiro álbum: “Cheek to Cheek”. O disco de 2014, incluía clássicos do jazz como Cole Porter e Iving Berlin.

    Ao canal americano “PBS”, Gaga o chamou de “o álbum mais importante da carreira”. “Ao ver Tony aos 88 anos cantando como se estivesse começando, eu disse para mim mesma: posso fazer isso para sempre”, contou ela na época.

    Bennett a elogiou de volta, chamando-a de “magnífica artista do jazz”. “Ou você tem, e esse é o dom, ou você não tem. E você tem”, afirmou o músico. “E você deve viver o resto da sua vida sendo você mesma, porque isso vai empolgar o público toda vez que você se apresentar”.

    “Ele salvou minha vida”, diz Gaga sobre Tony

    Gaga e Bennett gravaram o álbum “Cheek to Cheek” após o disco de Gaga, “Artpop”, de 2013, ser alvo de críticas por parte da mídia especializada. Naquele período, a cantora também estava se recuperando de uma cirurgia no quadril e sofrendo com as dores crônicas por conta da fibromialgia, mas trabalhar com o cantor a ajudou a retomar a voz.

    “Era como se eu estivesse morta”, disse ela ao “Parade”, em 2014. “Mas aí passei muito tempo com Tony. Ele não estava interessado em mais nada além da minha amizade e minha voz”, acrescentou.

    Bennett, inclusive, convenceu Gaga a continuar com os shows, dando conselhos que creditava ao compositor Duke Ellington. “Número um: não desista. Número dois: ouça o que diz o número um”, relembrou ela.

    “Seis meses atrás eu nem queria mais cantar […] Todos os dias eu falo para o Tony que ele salvou minha vida”, revelou.

    Gaga ajudou Tony com o diagnóstico de Alzheimer

    Entre “Joanne”, de 2016 e “Chromatica”, de 2020, dois álbuns solos de Gaga, ela e Bennett gravavam “Love for Sale”, um segundo álbum com clássicos de Porter, lançado oficialmente em outubro de 2021.

    O disco foi gravado após Bennett ter sido diagnosticado com Alzheimer, o que a família também não revelou até 2021. Mesmo diante com as consequências da doença, ele seguiu com os shows, se apresentando com Gaga para promover “Love for Sale” no Radio City Music Hall.

    Na época, Gaga chegou a dizer que não tinha certeza se, durante os ensaios, ele se lembrava do nome dela, mas cantar ainda era natural para ele – que quase nunca errava as letras.

    “Quando a música começa a tocar, algo acontece com ele”, explicou ela aos “60 Minutes”, em 2022. “Ele sabe exatamente o que está fazendo”.

    No show, quando subiram ao palco juntos, Bennett inesperadamente a apresentou pelo nome. Foi a primeira vez que ele falou o nome dela em “muito tempo”, complementou Gaga.

    “Quando subi naquele palco e ele declarou: ‘É a Lady Gaga’, meu amigo me enxergou”, prosseguiu. “E foi muito especial”. Gaga o acompanhou na saída do palco e eles desceram de braços dados, após a última apresentação pública de Bennett e a última noite dos dois cantando juntos.

    “Não é uma história triste”, concluiu Gaga sobre Bennett e como ele conviveu com a doença de Alzheimer. “Acho que ele realmente superou algo para poder dar ao mundo o dom de saber que as coisas podem mudar, mas que você ainda assim pode ser magnífico”.

     

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