Ala petista em SP resiste, mas PSOL confia em acordo com o PT por apoio na cidade, segundo fontes

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) dá como certo o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT) ao deputado federal Guilherme Boulos na disputa à Prefeitura de São Paulo.

Segundo apuração da CNN com fontes do PSOL e do PT, a confirmação de que o acordo será mantido deve ocorrer no início de agosto, após as reuniões regionais do PT.

O acordo entre PSOL e PT foi fechado em 2022. Na ocasião, Boulos concordou em retirar a candidatura ao governo estadual de São Paulo em troca do apoio do PT na disputa à prefeitura.

Boulos concorreu a uma cadeira na Câmara dos deputados e apoiou Fernando Haddad, que perdeu a disputa no 2º turno.

Otimista, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, acredita que o acordo será cumprido. “Esperamos por um aceno público já no segundo semestre”, destacou à CNN.

Oposição a apoio

Uma ala considerada minoritária do PT se opõe à candidatura de Boulos. “Em 43 anos de PT, nunca vi uma candidatura em São Paulo sem o partido”, ressaltou à CNN o deputado estadual Ênio Tatto. “Nada contra Boulos, mas tudo pelo PT”, prosseguiu.

O grupo dentro do PT que é contrário ao apoio à candidatura de Boulos em 2024 defende a realização de uma votação para definir se o acordo entre o partido e o PSOL será mantido.

Para o deputado estadual Antônio Donato (PT), é improvável que o partido discuta mais uma vez o assunto. “Duvido que o PT vote, o partido está focado em organizar a campanha”, afirmou.

A secretária nacional de Saúde Digital, Ana Estela Haddad, é o principal nome discutido pelo PT para sair como candidata a vice-prefeita em uma possível chapa de Boulos.

Professora universitária e esposa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Ana Estela também é vista com bons olhos por integrantes do partido de Boulos, segundo apuração da CNN.

Outro nome cogitado é o da deputada federal Juliana Cardoso (PT), que enfrenta algumas resistências dentro do próprio partido.

Ouvida pela CNN, a vereadora Luana Alves (PSOL) confirmou que os nomes têm sido discutidos há algum tempo. “Acho importante que seja uma mulher, de periferia e que consiga representar uma mudança”, defendeu.

Ela destacou que o acordo entre PT e PSOL está de pé e que discussões conjuntas de programa de governo e propostas já estão ocorrendo no âmbito municipal.

Para ela, votações em âmbito nacional nas quais PT e PSOL se colocam em lados opostos não atrapalham a manutenção do acordo.

Procurada pela CNN, Ana Estela Haddad disse que não vai comentar o assunto.

A CNN ainda aguarda um retorno da deputada federal Juliana Cardoso.