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    Biden deverá se encontrar com Xi Jinping no futuro, diz conselheiro da Casa Branca

    Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do governo dos EUA, afirmou que reunião entre os dois líderes acontecerá "em algum momento", enquanto os países trabalham para normalizar relação

    Sam Fossum

    O presidente norte-americano, Joe Biden, “em algum momento” se encontrará com o presidente chinês Xi Jinping, de acordo com o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, enquanto os dois países trabalham para restabelecer relações normais em meio a um ano extremamente tumultuado e tenso no relacionamento.

    “Nós veremos nos próximos meses, espero, as autoridades americanas em conversas de alto nível com seus colegas chineses para continuar esse trabalho. E então, em algum momento, veremos o presidente Biden e o presidente Xi se reunirem novamente”, disse Sullivan a Fareed Zakaria, da CNN, em entrevista ao “GPS” que foi ao ar neste domingo(4).

    “Não há nada incompatível em, por um lado, competir vigorosamente em domínios importantes da economia e da tecnologia e também garantir que essa competição não se transforme em conflito ou confronto. Essa é a firme convicção do presidente Biden”, acrescentou Sullivan.

    As observações de Sullivan ocorrem em um momento em que as relações entre as duas maiores economias do mundo permanecem tensas.

    O ministro da Defesa da China acusou no domingo os Estados Unidos e seus aliados de tentarem desestabilizar a região do Indo-Pacífico – poucas horas depois que os EUA dizerem que um navio de guerra chinês cruzou na frente de um navio americano que participava de um exercício conjunto com o Marinha canadense no Estreito de Taiwan, forçando a embarcação americana a desacelerar para evitar uma colisão.

    O incidente marcou a segunda vez em duas semanas que militares chineses se envolveram em manobras agressivas nas proximidades de militares dos EUA perto da fronteira com a China.

    Um caça chinês realizou uma “manobra desnecessariamente agressiva” durante a interceptação de um avião espião dos EUA no espaço aéreo internacional sobre o Mar da China Meridional na semana passada, disseram os militares dos EUA na terça-feira (30).

    As tensões entre Washington e Pequim dispararam em fevereiro, depois que um suposto balão espião chinês sobrevoou o território continental dos Estados Unidos e foi posteriormente abatido pelos militares americanos. O incidente levou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a adiar uma viagem planejada a Pequim.

    Embora a viagem ainda não tenha sido remarcada, o Departamento de Estado anunciou no sábado (3) que o secretário adjunto de Estado para assuntos do Leste Asiático e Pacífico está viajando para a China esta semana “para discutir questões-chave no relacionamento bilateral”.

    O ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, disse em maio que uma “série de palavras e ações errôneas” dos Estados Unidos colocou as relações entre as duas superpotências em “gelo frio”, mas estabilizar os laços era uma “prioridade máxima”.

    Em meio aos esforços dos EUA para se reconectar com a China, Sullivan se reuniu com o principal funcionário chinês Wang Yi em Viena, no mês passado, em um dos compromissos de mais alto nível entre autoridades americanas e chinesas desde o incidente do balão espião.

    Há um desejo, disse Sullivan, de “colocar um chão sob o relacionamento” para administrar com mais responsabilidade a competição entre eles.

    “Existem vários elementos diferentes nisso. Mas um dos principais é que, como temos uma competição intensa, também temos uma diplomacia intensa”, afirmou.

    Ainda em meados de maio, Biden projetou otimismo de que eventualmente se encontraria com seu colega chinês “seja em breve ou não”. Os dois líderes se encontraram pela última vez em novembro na cúpula do G20 em Bali, Indonésia, para uma conversa de três horas que Biden descreveu posteriormente como “aberta e franca”.

    Contraofensiva ucraniana

    Enquanto isso, Sullivan também disse a Zakaria que os EUA acreditam que a tão esperada contraofensiva ucraniana resultará na retomada de “território estrategicamente significativo” por Kiev.

    “Exatamente quanto, em que lugares, isso dependerá dos desenvolvimentos no terreno, à medida que os ucranianos iniciarem essa contraofensiva”, disse Sullivan. “Mas acreditamos que os ucranianos terão sucesso.”

    Questionado sobre a possibilidade de esse ato significar algum tipo de negociação até o final deste ano, Sullivan não forneceu nenhum tipo de cronograma, mas disse que os desenvolvimentos no campo de batalha terão um “grande impacto” em qualquer negociação futura.

    “Mas o que direi é o seguinte: o próprio presidente Zelensky disse que esta guerra acabará por meio da diplomacia”, disse Sullivan.

    Os militares ucranianos foram vistos movendo equipamentos militares para as linhas de frente de seu conflito com a Rússia e realizando ataques contra alvos russos que poderiam facilitar uma ofensiva, incluindo ataques recentes na cidade portuária de Berdiansk, no sul, ocupada pelos russos.

    Um alto funcionário dos EUA confirmou à CNN em maio que a Ucrânia havia começado a conduzir operações de “modelagem” antes de uma contraofensiva contra as forças russas.

    A modelagem envolve atingir alvos como depósitos de armas, centros de comando e sistemas de blindagem e artilharia para preparar o campo de batalha para o avanço das forças.

    *Priscilla Alvarez da CNN e Sydney Kashiwagi contribuíram para este texto

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