Especialista defende punição para casos de racismo no futebol
Diretor-executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, ressaltou impunidade nos episódios envolvendo o jogador de futebol do Real Madrid e da Seleção Brasileira Vinícius Júnior
O diretor-executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, afirmou que é preciso haver punição para casos de racismo no futebol internacional, como o ocorrido neste domingo (21) contra o jogador de futebol do Real Madrid e da Seleção Brasileira Vinícius Júnior.
“Quando não há punição ao racista, há uma liberdade para que outros racistas se expressem. Há liberdade para que outros jogadores incentivem o racismo. Porque quando os jogadores vão dizer ao Vinícius Júnior ficar quieto, eles estão apoiando o racista. Essa é a grande verdade”, afirmou.
“Seu silêncio é racista. Se você não faz nada para combater o racismo, você está compactuando com o racista”, completou Carvalho.
A declaração foi dada por Carvalho em entrevista à CNN na noite deste domingo (21), exibida no jornal CNN Prime Time.
“Quando aconteceu o primeiro caso, o que ganhou mais notoriedade, que foi contra o Atlético de Madrid, e ninguém foi punido naquela situação, os torcedores perceberam que nada aconteceria com quem provocasse o Vinícius Júnior, como eles mesmos dizem, é uma provocação. O que a gente está dizendo aqui é que é racismo, que é crime. Quando a La Liga não puniu e, depois, outros casos foram acontecendo com ninguém sendo punido, isso acaba dando liberdade para que outros casos aconteçam”, afirmou.
“De fato, nada é feito para proteger o Vinícius Júnior”, disse.
Ainda sobre as posições dos jogadores e clubes, Carvalho falou que é preciso que se juntem na luta.”Esse é o fato que a gente mais identifica no observatório, a total falta de apoio dos outros jogadores, total falta de apoio dos clubes envolvidos. Toda vez que tem um caso de racismo, o clube quer dizer primeiro que não aconteceu”, relatou.
“O mais cruel em um caso de racismo é sempre deixar a vítima sozinha”, completou. O diretor destacou que a luta contra o racismo é mundial, lembrando que, só no último ano foram 90 casos registrados no futebol brasileiro.