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    Mercedes fechará turno de fábrica de caminhões em SP por pelo menos 2 meses

    Entidade destacou que montadora já havia anunciado aos trabalhadores férias coletivas para 300 funcionários no início de abril, além de semanas curtas de trabalho

    da Reuters

    fábrica de chassis de ônibus e caminhões da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP) vai reduzir de dois para um os turnos de produção a partir de maio, informou o sindicato local de metalúrgicos nesta quarta-feira (5).

    A produção em turno único vai durar de dois a três meses, informou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, citando informações da montadora.

    A entidade destacou que a montadora já havia anunciado aos trabalhadores férias coletivas para 300 funcionários no início de abril, além de semanas curtas de trabalho. A Mercedes-Benz conta com cerca de 8 mil trabalhadores na fábrica, sendo 6 mil na linha de produção, dos quais 2 mil no segundo turno.

    “No decorrer do 1º trimestre, em razão de juros elevados e de dificuldades na concessão de financiamentos, observou-se uma demanda ainda menor do que a esperada para este ano”, afirmou a Mercedes-Benz ao ser questionada sobre a suspensão do segundo turno.

    Segundo dados da associação de distribuidores de veículos, Fenabrave, embora as vendas de caminhões novos no Brasil tenham caído 7,3% em março sobre o mesmo mês do ano passado, para cerca de 9,4 mil unidades, no trimestre houve alta de 2,6% nos licenciamentos do segmento, para 27,4 mil veículos.

    “A empresa está em tratativa com o sindicato visando adoção de turno único de trabalho na produção de caminhões por um período de dois a três meses a partir de maio”, afirmou a Mercedes-Benz. “Todas essas alternativas estão sendo negociadas previamente com total transparência com o sindicato com o objetivo de buscar formas de gerenciar a queda na demanda, mantendo nível de emprego”, acrescentou a empresa.

    A Mercedes-Benz citou ao sindicato que há vários motivos para a redução na produção, entre eles, queda na demanda, escassez de peças e juros elevados no país.

    Segundo a entidade, a montadora divulgou aos trabalhadores um boletim sobre necessidade de redução do programa de produção para 2023 e adoção de turno único na fábrica.

    Em 2022, houve um movimento no país de antecipação de compras de caminhões devido à transição da norma de emissões de poluentes para o padrão Euro 6.

    “É urgente abrir novas modalidades de financiamento do BNDES e baixar a taxa de juros… para a retomada do setor. Os juros altos prejudicam o crescimento, impedem a melhoria da produção e a geração de empregos, com efeitos nocivos no setor de caminhões e autopeças”, afirmou o diretor-executivo do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, em comunicado à imprensa.

    “Estamos já em um processo de negociação com a empresa para avaliarmos as medidas possíveis e necessárias. Vamos pensar os próximos passos e as alternativas para atravessarmos esse período”, disse o dirigente.

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