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    Novo diplomata da China visitará a Rússia em meio a tensões com os EUA

    Wang Yi visitará a Rússia durante uma viagem internacional de oito dias, que também incluirá visitas à França, Itália e Hungria

    Simone McCarthyda CNN

    O principal diplomata da China visitará a Rússia este mês, de acordo com seu Ministério das Relações Exteriores, na primeira visita ao país de uma autoridade chinesa nesse cargo desde a invasão não provocada de Moscou à Ucrânia.

    Wang Yi, que foi nomeado o principal conselheiro de política externa do líder chinês Xi Jinping no mês passado, visitará a Rússia durante uma viagem internacional de oito dias a partir de terça-feira (14) que também incluirá visitas à França, Itália, Hungria e um discurso na Conferência de Segurança de Munique no próximo fim de semana, que o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, também poderá participar.

    O itinerário estrangeiro é o primeiro de Wang depois de deixar o cargo de ministro das Relações Exteriores e assumir seu novo cargo, e pode ser um teste para a habilidade do diplomata em equilibrar os laços estreitos de Pequim com Moscou, ao mesmo tempo em que tenta melhorar a imagem e as relações da China com a Europa – e por extensão com os Estados Unidos.

    A participação de Wang na Conferência de Segurança de Munique, da qual Blinken deve comparecer, pode oferecer uma chance para os dois se encontrarem pessoalmente pela primeira vez desde que as tensões EUA-China aumentaram novamente depois que um suposto balão de vigilância chinês entrou no espaço aéreo norte-americano no final do mês passado.

    As consequências do balão foram rápidas, com Washington acusando a China de supervisionar um programa de vigilância internacional – e Pequim negando essas alegações e, por sua vez, acusando os EUA de lançar “ilegalmente” balões de alta altitude em seu espaço aéreo mais de 10 vezes desde o início do ano passado. A China afirma que o balão, que as forças norte-americanas identificaram e depois derrubaram no início deste mês, é uma aeronave civil de pesquisa acidentalmente desviada do curso.

    O incidente também teve um impacto imediato no que foi visto como uma oportunidade para os EUA e a China estabilizarem as relações, já que Blinken adiou uma esperada visita a Pequim no início de fevereiro depois que autoridades norte-americanas anunciaram que estavam rastreando o dispositivo.

    Na segunda-feira (13), o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, recusou-se a confirmar que Blinken compareceria à conferência de Munique e disse que não havia nenhuma reunião agendada com uma autoridade chinesa. Ele observou, no entanto, que os EUA estavam “sempre avaliando opções para a diplomacia”, incluindo reuniões em terceiros países.

    O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, não mencionou nenhum encontro potencial com Blinken ao anunciar os planos de viagem de Wang Yi durante uma entrevista à imprensa na segunda-feira.

    O itinerário de Wang traria uma oportunidade para a China trabalhar para “novos progressos nas relações bilaterais” com França, Itália e Hungria, bem como “promover a confiança mútua estratégica China-UE”, disse o porta-voz.

    A relação da China com a Europa passou por um estresse significativo após a guerra na Ucrânia. Pequim se recusou a condenar a invasão abertamente ou apoiar inúmeras medidas contra ela nas Nações Unidas. A China também continuou a fazer parceria com os militares russos durante exercícios de grande escala, ao mesmo tempo em que aumentou seu comércio e compras de combustível de Moscou.

    De acordo com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, a visita de Wang a Moscou proporcionará uma oportunidade para a China e a Rússia continuarem a desenvolver sua parceria estratégica e “trocar pontos de vista” sobre “questões críticas internacionais e regionais de interesse comum” – uma frase comum frequentemente usada para aludir a tópicos, incluindo a guerra na Ucrânia.

    O Ministério das Relações Exteriores não especificou se Wang se reuniria com o presidente russo, Vladimir Putin.

    “A China está pronta para aproveitar esta visita como uma oportunidade e trabalhar com a Rússia para promover o crescimento constante das relações bilaterais na direção identificada pelos dois chefes de estado, defender os direitos e interesses legítimos de ambos os lados e desempenhar um papel ativo para a paz no mundo”, disse o porta-voz Wang Wenbin.

    A visita de Wang também pode ser um prenúncio de uma visita de Estado do líder chinês Xi Jinping a Moscou no final deste ano. Putin estendeu um convite a Xi durante uma habitual ligação de fim de ano entre os dois líderes, mas o Ministério das Relações Exteriores da China ainda não confirmou nenhum plano.

    Jennifer Hansler e Wayne Chang, da CNN, contribuíram para esta reportagem

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