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    Qual é o real papel dos Estados Unidos e da China na guerra da Ucrânia?

    Conflito no Leste Europeu, que completa um ano nesta sexta-feira (24), deixou até o momento mais de 7.000 civis mortos

    Lucas Schroederda CNN , em São Paulo

    A guerra na Ucrânia completa um ano nesta sexta-feira (24). As Nações Unidas estimam que a invasão russa ao território ucraniano deixou até o momento mais de 7.000 civis mortos e outros 11.000 feridos.

    De um lado, Kiev conta com apoio militar dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para resistir à ocupação. Do outro, Moscou recebe – mesmo que de maneira velada – suporte da China.

    Para entender qual o real papel de EUA e China no conflito no Leste Europeu, a CNN ouviu especialistas no assunto. Veja abaixo:

    Na avaliação do doutor em Relações Internacionais Carlos Gustavo Poggio, a conduta americana no combate tem relação direta com a maneira com que o governo do presidente Joe Biden assimila o conflito.

    Desde o início da guerra, os EUA já forneceram à Ucrânia equipamentos militares como mísseis, tanques e sistemas de defesa aérea.

    “Os EUA enxergam a guerra como um conflito entre democracias e autocracias. As democracias, representadas pelo próprio EUA e seus aliados, e as autocracias, representadas por Rússia e China”, afirma Poggio.

    Ele explica que a guerra na Ucrânia coloca em risco a ordem internacional (liderada pelos EUA) construída desde o final da Segunda Guerra Mundial. “É isso que Putin está desafiando e, por outro lado, é essa ordem que os EUA estão defendendo”.

    O especialista acrescenta que os EUA não obtêm nenhum “benefício material” ao se envolver na guerra. Por fim, ele aponta que integrantes da oposição republicana têm mostrado preocupação com os envios de equipamentos e os custos da guerra para a economia americana.

    Do outro lado do globo, a China, aliada histórica de Moscou, adotou uma postura diferente daquela aplicada por Washington. Pequim, por exemplo, não forneceu armas às forças russas.

    No entanto, isso não significa que a China tenha se alinhado com o Ocidente. Pelo contrário. A professora de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) Leticia Simões relembra que o país asiático se absteve das sanções impostas à Rússia pelo Ocidente nas Nações Unidas.

    “Isso mostra que a China não concordava com as ações do Ocidente, mas não queria declarar um apoio ao papel que a Rússia estava tendo ao invadir um estado soberano. Pequim se posiciona na guerra com um pé aqui e outro ali”, avaliou a professora.

    Para a especialista, validar explicitamente a invasão russa poderia colocar a China em uma “saia justa”. “Se apoiasse a invasão, a China não poderia ser muito enfática contra possíveis presenças estrangeiras em Taiwan“.

    A pequena ilha localizada no mar do sul da China, democraticamente governada, é reivindicada por Pequim como seu próprio território, apesar das fortes objeções do governo de Taipei, que rejeita as reivindicações de soberania e diz que apenas o povo da ilha tem o direito de decidir seu futuro.

    “É difícil para a China apoiar a Rússia numa invasão a um estado soberano porque isso pode se voltar contra a própria China”, concluiu a especialista.

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