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    Duas recessões globais em uma década? Isso não acontecia há mais de 80 anos

    Inflação elevada, política agressiva de bancos centrais, a deterioração das condições financeiras e ondas de choque da invasão da Ucrânia pela Rússia estão pesando no crescimento

    Julia Horowitzda CNN , Londres

    A economia global está a apenas um passo de distância de uma segunda recessão na mesma década, algo que não acontecia há mais de 80 anos.

    Esse é o último alerta do Banco Mundial, que na terça-feira (10) reduziu drasticamente sua previsão para o crescimento econômico global.

    O banco agora projeta que a economia mundial crescerá apenas 1,7% este ano, atingindo os países em desenvolvimento que já foram duramente impactados pela pandemia e pelo aumento das taxas de juros. Ele projeta que o crescimento voltará a 2,7% em 2024.

    “A crise enfrentada pelo desenvolvimento está se intensificando à medida que as perspectivas de crescimento global se deterioram”, disse o presidente do Banco Mundial, David Malpass, em comunicado.

     

    A inflação elevada, a política agressiva do bancos centrais, a deterioração das condições financeiras e as ondas de choque da invasão da Ucrânia pela Rússia estão pesando no crescimento.

    Como resultado, “mais choques negativos” – de inflação mais alta e política monetária ainda mais rígida a um aumento nas tensões geopolíticas – podem ser suficientes para desencadear condições de recessão, de acordo com o Banco Mundial.

    A economia global encolheu 3,2% durante a recessão pandêmica de 2020, antes de se recuperar fortemente em 2021. O mundo experimentou duas recessões pela última vez na mesma década, nos anos de 1930.

    A organização disse que espera que a economia dos EUA cresça apenas 0,5% em 2023. Os 20 países que usam o euro, que foram atingidos pela guerra na Ucrânia, não devem ter nenhuma expansão agregada. Ambas as previsões são muito mais baixas do que em junho de 2022.

    Reflexos da Covid-19

    Prevê-se que o crescimento na China aumente em 2023 após o fim das restrições do Covid-19, subindo para 4,3%. Mas essa previsão também caiu em relação a seis meses atrás, refletindo a instabilidade contínua no mercado imobiliário do país, a demanda mais fraca de outros países por produtos fabricados na China e as interrupções contínuas da pandemia.

    “Os três principais motores de crescimento do mundo – Estados Unidos, Zona do Euro e China – estão passando por um período de fraqueza pronunciada”, disse o Banco Mundial em seu relatório.

    Esse recuo também afetará os países mais pobres, que já sentem os efeitos de um clima econômico incerto, menor investimento empresarial e taxas crescentes. O aumento dos custos de empréstimos pode tornar mais desafiador lidar com altos níveis de dívida.

    Até o final de 2024, a produção econômica nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento estará cerca de 6% abaixo dos níveis mapeados antes da pandemia, de acordo com o Banco Mundial. Espera-se também que o crescimento da renda seja mais lento do que a média na década anterior à Covid, tornando mais difícil fechar a lacuna com as nações mais ricas.

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