Mulheres lideram esporte brasileiro em 2022 e Alison dos Santos brilha no atletismo
Rayssa Leal e Rebeca Andrade repetem sucesso do ano olímpico e conquistam títulos mundiais
O ano seguinte aos Jogos de Tóquio demonstrou que o esporte brasileiro está fortalecido para se destacar nas Olimpíadas de Paris, em 2024, e muito por causa das mulheres. Foram sete títulos mundiais conquistados em provas que vão se repetir na França daqui a dois anos, alguns deles com atletas que já haviam se destacado no Japão, como Mayra Aguiar, Rayssa Leal, Rebeca Andrade e Alison dos Santos.
As mulheres lideraram as conquistas do esporte brasileiro em 2022. E Rebeca Andrade voltou a reinar. Ela foi campeã no individual geral do Mundial de Ginástica Artística, sendo a primeira brasileira a se tornar a atleta mais completa na modalidade.
Além disso, se despediu de “Baile de Favela”, música usada como trilha quando ela se apresenta no solo, com a conquista da medalha de bronze no Mundial em Liverpool. E semanas antes já havia conquistado outras quatro medalhas no Pan-Americano da modalidade, realizado no Rio de Janeiro. Ainda em Liverpool, Rebeca não brilhou sozinha pela ginástica brasileira. Arthur Nory também subiu ao pódio para receber a medalha de bronze conquistada na disputa das barras.
Outra estrela brasileira nas Olimpíadas de Tóquio, Rayssa Leal repetiu os bons resultados em 2022. No Rio de Janeiro, a Fadinha, após ganhar todas as etapas do Street League Skateboarding (SLS), superou as representantes do Japão para se tornar campeã mundial. Antes, havia conquistado seu primeiro ouro no X Games.
As mulheres também puxaram a fila do sucesso brasileiro no judô em 2022. Considerada um dos maiores nomes do país na história da modalidade, Mayra Aguiar foi campeã mundial pela terceira vez em sua carreira. Já Rafaela Silva, depois de dois anos sem competir em razão de um caso de doping, retornou com tudo, sendo campeã mundial pela segunda vez.
Na competição, realizada no Uzbequistão, o Brasil só ficou atrás do Japão no quadro de medalhas, tendo faturado outras duas, sendo uma prata, com Beatriz Souza, e um bronze, com Daniel Cargnin, que mudou de categoria. Ele subiu do meio-leve (até 66kg), na qual havia sido medalhista olímpico em 2021, para o peso leve (até 73kg) e se manteve competitivo.
O vôlei de praia, esporte no qual o Brasil sempre foi referência, mas apresentou desempenho ruim nas Olimpíadas de Tóquio, pela primeira não conseguindo sequer um pódio, voltou a contar com uma dupla nacional campeã mundial. Ana Patrícia e Duda, que retomaram a parceria oito após serem ouro nos Jogos da Juventude, venceram o Mundial realizado em Roma. Por lá, as parcerias masculinas também conquistaram medalhas na competição: Vitor e Renato levaram a prata, enquanto André e George conquistaram o bronze.
Alison dos Santos se torna imbatível no atletismo
Entre os homens, nenhum atleta brasileiro brilhou mais do que Alison dos Santos, imbatível nos 400 metros com barreiras em 2022. Ele foi campeão mundial com o tempo de 46s29, o terceiro melhor da história da prova, também se tornando o primeiro brasileiro medalhista de ouro em uma prova de pista na história da competição.
E aos 22 anos, Alison ainda fez mais, vencendo a principal liga do atletismo, a Diamond League. Assim, se tornou um dos principais nomes da modalidade em todo o mundo, não perdendo nenhuma prova em que participou nesse ano. Mas também no atletismo, houve um destaque feminino, Letícia Oro, bronze no Mundial, no salto em distância, em um resultado considerado surpreendente.
Já no surfe, pela quarta vez seguida, um brasileiro foi campeão mundial. O vencedor da vez foi Filipe Toledo, que ganhou duas etapas e ainda derrotou na decisão Ítalo Ferreira, medalhista de ouro em Tóquio e, assim, vice-campeão mundial em 2021, em uma clara demonstração de que a “Brazilian Storm” segue em alta.
Outros resultados
Quem também não parou de colecionar medalhas em 2022 foi Ana Marcela Cunha. Em provas não-olímpicas, a maratonista aquática foi pentacampeã mundial nos 25km e bi nos 5km. Já na disputa de 10km, na qual havia sido campeã olímpica em 2021, ficou com o bronze.
Ela, assim, liderou o bom desempenho brasileiro no Mundial de Esportes Aquáticos, em Budapeste. Por lá, Nicholas Santos foi medalhista de prata nos 50 metros borboleta e Guilherme Costa conquistou o bronze nos 400m livre.
No tênis, o principal destaque do Brasil também foi feminino: campeã de eventos em Nottingham e Birmingham, Beatriz Haddad Maia saltou da 82ª posição no ranking mundial para o 15º ao fim da temporada 2022. Além disso, foi vice-campeã da chave de duplas do Aberto da Austrália.
Destaque do Brasil em Tóquio, Isaquías Queiroz foi ao Mundial de Canoagem Velocidade e se sagrou campeão em uma prova não olímpica, o C1 500m, sendo bronze no C1 1000m, que faz parte do programa dos Jogos.
No vôlei, boas campanhas não impediram o Brasil de seguir com o jejum de títulos mundiais, que perdura desde 2010. A equipe feminina, bastante renovada em relação ao ciclo olímpico anterior, foi quem esteve mais perto do topo do pódio ao ser vice-campeã, perdendo a final para a Sérvia. Também foi finalista – e derrotada – na decisão da Liga das Nações. Já o time masculino levou o bronze no Mundial.
No boxe, as brasileiras conquistaram duas medalhas no Mundial amador: bronze para Caroline Almeida e prata para Beatriz Ferreira, repetindo o resultado olímpico. Ela também fez a sua estreia entre as profissionais e ganhou as suas duas lutas. Já Abner Teixeira, bronze em Tóquio, subiu para o peso pesado e venceu todas as vezes em que subiu ao ringue. Mas não houve Mundial entre os homens em 2022.
Além disso, o Brasil também conquistou duas medalhas no Mundial de Taekwondo, sendo prata com Edival Pontes, o Netinho, e bronze com Milena Titoneli, em uma confirmação da diversidade de modalidades em que o país foi competitivo ao longo do ano.