Liderança, mão de obra qualificada e novas tecnologias são peças-chave para combate às mudanças climáticas
A COP27 (Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), recém-realizada no Egito, reafirmou a urgência do combate às mudanças climáticas e nos mostrou desafios latentes nessa jornada, que se tornam cada vez mais evidentes. Um deles é a importância do papel da liderança nessa transição para um mundo mais sustentável. A mão de obra qualificada também será fundamental para execução dos projetos e implementação das iniciativas sustentáveis. Por fim, e não menos importante, é a necessidade de acelerar as inovações tecnológicas que possibilitarão avançar na economia circular.
Começando pela liderança, essa transição para uma economia sustentável se dá num contexto global complexo, com diferentes atores, geografias, estágios evolutivos, recursos, tecnologias, governanças e limitações. O objetivo perseguido por todos na COP27 é criar uma economia sustentável para as gerações futuras e evitar os riscos ambientais e climáticos da economia linear. Apesar de todos compartilharem o mesmo objetivo, existe uma grande divergência entre os atores quanto à forma, velocidade e responsabilidades para chegar lá. E em situações como essa, o papel da liderança se torna ainda mais premente na busca de caminhos dentro de seu campo de atuação e influência para contribuir com a transição que precisa ser feita.
Precisamos cada vez mais de líderes visionários em diferentes indústrias, geografias, governos e sociedade para criar as condições necessárias para que o processo se acelere. Não existe uma fórmula ou caminho único para o sucesso, vamos precisar de líderes que gerenciem as variáveis sob seu controle e colaborem para que no final o objetivo seja resultado do esforço conjunto e compartilhado.
Os líderes darão a direção e o suporte para a transição, mas outro fator fundamental nesse processo será a formação e disponibilidade de mão de obra qualificada. A transição da economia linear para circular abre espaço para novos projetos e modelos de negócio, que irão requerer competências distintas das que usamos para o modelo atual. Já existe hoje uma falta de profissionais com esse perfil e precisaremos buscar maneiras de acelerar a formação de novos talentos para viabilizar a execução dos projetos.
Além das fortalezas inerentes de clima e potencial agrícola, o Brasil tem se destacado como um grande celeiro de profissionais nessa área. Desde a conferência realizada no Rio de Janeiro, em 1992, o Brasil promoveu grandes avanços em prol do clima e, desde então, milhares de profissionais brasileiros passaram a dedicar suas carreiras à sustentabilidade e muitos se tornaram referências mundiais.
Pelo lado tecnológico, também vemos a necessidade crescente de colaboração e políticas públicas para avançar em direção a uma economia circular. A colaboração permite a combinação de competências, aceleração dos avanços tecnológicos e disseminação do conhecimento. E as políticas públicas facilitam o direcionamento dos esforços numa direção comum.
A Braskem vem trabalhando em várias frentes, num setor que produz a matéria-prima para milhares de produtos que facilitam, democratizam e geram melhoria de vida para bilhões de pessoas. Sem o plástico, embalagens de alimentos, produtos de higiene, materiais hospitalares e outros aparelhos tecnológicos não estariam ao alcance de todos, só para citar alguns exemplos. Por outro lado, vemos o quanto é preciso desenvolver soluções para viabilizar a redução, reúso e reciclagem, evitando o descarte incorreto do plástico no meio ambiente.
Um exemplo prático que fizemos na Braskem é o Cazoolo, primeiro laboratório no Brasil de design de embalagens circulares para marcas, transformadores, startups e designers. É um centro de inovação coletiva, com os equipamentos mais modernos disponíveis para prototipagem e teste de conceitos.
Na contribuição para inovação, a Braskem fez uma parceria com a Lummus Technologies, ator global em tecnologias para processos químicos, para licenciar sua tecnologia de eteno verde a partir de cana-de-açúcar e incentivar o uso de recursos renováveis, reduzindo a dependência de matérias-primas fósseis. Essa tecnologia é a base do biopolímero, I’m greenTM, produzido pela Braskem que é líder mundial nessa categoria de produto. Recentemente ampliamos nossa capacidade de produção de biopolímeros, no Rio Grande do Sul e estamos avaliando, em conjunto com a Tailandesa SCG, uma nova unidade de eteno verde e produção de biopolímero na Ásia. Com a japonesa Sojitz, concretizamos uma parceria que foca na produção de bioMEG (monoetilenoglicol) – matéria-prima para produção de garrafas PET- e de bioMPG (monopropileno glicol). Tudo isso com matéria-prima de origem renovável.
E, claro, as iniciativas de reciclagem mecânica e reciclagem avançada complementam essa estratégia, com investimentos no Brasil, México, Estados Unidos e Holanda.
As lideranças da COP27 reforçaram que o Brasil tem potencial para desenvolver projetos de grande porte que vão impactar, de forma positiva, diferentes setores e indústrias. É possível alcançar resultados, reduzir efeitos climáticos e gerar valor, desde que tudo seja conduzido de forma estratégica e organizada.
O Brasil e o mundo todo apostam nessa nova perspectiva.
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