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    Investigadores do tumulto no Halloween fazem incursões em delegacias de Seul

    Relatórios internos foram levados pela unidade especial de investigação criada para acompanhar o caso do tumulto que deixou mais de 150 pessoas mortas na Coreia do Sul

    Jessie YeungIn Jeong Kimda CNN

    Os investigadores responsáveis pelo caso do tumulto que matou 156 pessoas durante uma festa de Halloween na Coreia do Sul fizeram incursões em delegacias de polícia em Seul nesta quarta-feira (2).

    A Agência de Polícia Metropolitana de Seul disse que os investigadores entraram em oito de seus escritórios e levaram relatórios internos e documentos relacionados a denúncias feitas por membros do público a linha direta de emergência 112.

    Entre os escritórios estava a delegacia de polícia do distrito de Yongsan, que supervisiona a vida noturna do bairro de Itaewon, onde ocorreu o esmagamento.

    As incursões em delegacias ocorreram enquanto as autoridades coreanas enfrentam crescente pressão pública e fúria, com testemunhas dizendo que havia pouco ou nenhum controle da multidão em Itaewon na noite do esmagamento – apesar de a polícia ter recebido avisos com bastante antecedência.

    O tumulto mortal de sábado ocorreu em uma seção de becos estreitos, onde testemunhas descreveram ser incapazes de se mover ou respirar enquanto multidões se reuniam em uma rua com menos de 4 metros de largura. Desde então, foi revelado que membros do público ligaram para a polícia para alertar sobre a superlotação horas antes das primeiras mortes serem informadas.

    As incursões desta quarta-feira (2) foram realizadas por uma unidade especial de investigação criada apenas um dia antes pela Agência Nacional de Polícia para investigar o desastre.

    A Agência disse, nesta quarta, que suspendeu o chefe da delegacia de polícia de Yongsan, uma das delegacias mais próximas do local do esmagamento.

    “O chefe Lee Im-jae não pode continuar desempenhando suas funções normais, dada a situação”, disse a Agência, acrescentando que seu sucessor seria anunciado mais tarde no mesmo dia.

    Registros fornecidos à CNN pela Agência Nacional de Polícia mostram que os policiais receberam pelo menos 11 ligações de pessoas em Itaewon preocupadas com a possibilidade de esmagamento da multidão quatro horas antes do incidente ocorrer.

    A primeira ligação ocorreu às 18h34, quando um interlocutor avisou: “Parece muito perigoso… temo que as pessoas possam ser esmagadas”.

    Outra ligação, menos de duas horas depois, pediu o controle de tráfego, dizendo que havia tantas pessoas amontoadas nas vielas estreitas de Itaewon que elas estavam caindo e se machucando.

    Em entrevista para a imprensa na terça-feira, o chefe da Agência Nacional de Polícia, Yoon Hee-keun, admitiu pela primeira vez que a polícia cometeu erros em sua resposta.

    “Houve uma série de relatos na linha direta de emergência da polícia indicando a gravidade da (situação) pouco antes do acidente ocorrer”, disse ele. “De acordo com os relatórios, uma grande multidão se reuniu antes do acidente e os relatórios da linha direta de emergência da polícia foram (informados sobre o perigo).”

    Ele acrescentou que a resposta da polícia às chamadas de emergência foi “inadequada” e que ele sentiu uma “grande responsabilidade” como chefe da agência.

    Foi na entrevista coletiva de terça-feira que ele anunciou a criação da unidade especial de investigação que realizou as incursões nesta quarta-feira.

    A unidade “revelaria a verdade de forma transparente”, prometeu Yoon.

    Outros órgãos governamentais também admitiram estar despreparados. O Ministério do Interior disse, na segunda-feira, que não haviam diretrizes para lidar com o aumento da multidão porque não foi causado por um único evento com um único organizador.

    “Uma das razões (para o desastre) foi a falta de profundo conhecimento institucional e consideração pela gestão de multidões”, disse o primeiro-ministro Han Duck-soo na terça-feira.

    Ele acrescentou que, mesmo que mais policiais tivessem sido mobilizados, eles poderiam ter sido ineficazes porque “não temos um sistema de gerenciamento de multidões”.

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