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      Liliane Bortoluci - Diretora de feiras da Informa Markets realizadora da Agrishow

      Liliane Bortoluci é diretora de feiras da Informa Markets desde 2015 e lidera grandes eventos como Agrishow, Formóbile, Feimec, Plástico Brasil, Expomafe e Future Print.

      É responsável por construir relacionamentos, identificar novas oportunidades, promover diversidade, sustentabilidade, negócios e atualização nas feiras.

      Engenheira elétrica formada pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), Liliane começou sua carreira na indústria de eventos em 1990, na Alcantara Machado Feiras de Negócios. Em 2007, após a joint venture da Alcantara Machado com a Reed Exhibitions passou a fazer parte da Reed Exhibitions Alcantara Machado, e nesta foi diretora de um portfólio diversificado e atuava no setor metal mecânico, plástico, construção e sustentabilidade.

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    O futuro do agronegócio está em produções sustentáveis e no combate à fome

    O agronegócio desempenha papel de protagonista na economia brasileira há décadas. Mesmo em períodos de instabilidade, como o atual, mostra-se promissor ou, pelo menos, como um esteio para cenário econômico nacional, em especial no que diz respeito à geração de empregos. Só no primeiro semestre de 2022, de acordo com o Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho, cerca de 84 mil postos de trabalho foram criados pelo setor, cuja participação no PIB do país deve atingir 25,5% neste ano – uma retração de 2% em relação ao recorde histórico de 27,5% de 2021. Quando fechamos a lupa nas exportações, as perspectivas são mais animadoras. Segundo projeções do Insper Agro Global, o total exportado pode se aproximar de US$ 140 bilhões até dezembro.

    É preciso nos questionarmos, porém, se é possível ir além porque previsões apontam para recessão global em 2023, impulsionada pelo impacto da crise sanitária da Covid-19 e pela guerra entre Rússia e Ucrânia. O primeiro ponto a ser equalizado é entre a demanda interna e a externa de alimentos, ainda mais levando-se em consideração que 61,3 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de insegurança alimentar. No mundo, são 828 milhões de pessoas, como mostrou o relatório da ONU “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo em 2022″.

    O Brasil tem a capacidade de contribuir para a mudança desse cenário. Para tanto, deve focar em uma riqueza interna, muito característica do nosso país, os pequenos e médios produtores, que somam cerca de 4 milhões de pessoas. Direcionar esforços para o mercado interno e tudo de inovador que temos para oferecer parece ser uma alternativa não apenas prudente, como também inteligente e estratégica, pois fortalecerá a imagem e as relações externas. De que forma? Ampliar políticas de financiamento e fazer bom uso de iniciativas já existentes, como o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), são medidas que devem ser cobradas dos novos governantes e parlamentares, que vão atuar a partir de 2023.

    Paralelamente, iniciativas que não dependem do setor público, mas que geram impacto direto no segmento fazem a diferença. Na Agrishow de 2022, cujo público foi de 193 mil visitantes, cerca de 83 mil demonstraram interesse em tecnologia/agricultura de precisão, cada vez mais vitais para elevarmos a produtividade da agricultura familiar, inclusive de forma sustentável. Soluções do tipo não faltaram durante o evento, mas também é preciso atuar na geração de informação de qualidade para estimular os produtores a adotarem e confiarem nesses novos recursos.

    Nossa contribuição neste sentido pode ser exemplificada pelo canal Agrishow Digital, pela plataforma Agrishow Experience e pelas séries Agrishow Labs e Agrishow Conecta, que formam uma jornada de conteúdo online dedicada a ampliar o conhecimento e a integração entre pessoas em prol do agronegócio brasileiro durante os 365 dias do ano.

    É também primordial assumir a responsabilidade do impacto do agro na mitigação de mudanças climáticas, como a redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE) – não é novidade para quem atua no setor e pensa em estratégias para um futuro de sucesso. As atividades do segmento são responsáveis por 30% dessas emissões no Brasil e 7% no mundo. Não é à toa que passou a valer em setembro o ABC+ (Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária), tendo como uma das metas ampliar em 30 milhões de hectares as terras destinadas a práticas para recuperação de áreas degradadas.

    Há muitas maneiras de gerar impacto positivo neste sentido, e este é outro dos focos que buscamos trazer a cada ano na Agrishow. Apresentamos alternativas que não só ajudam alcançar as metas de sustentabilidade, mas que podem transformar os negócios dos produtores. Soluções de manejo do solo promovem conservação e restauração da vegetação nativa e podem aumentar o armazenamento de carbono ou evitar as emissões GEE. Tecnologias garantem mais eficiência energética, menos poluição, direcionam uso de menos defensivos e, consequentemente, oferecem mais sanidade e qualidade ao que é produzido.

    Um olhar para o futuro do agronegócio tem que envolver a proteção do meio ambiente, a valorização dos pequenos produtores e a modernização das fazendas, com investimentos em conectividade – a chegada do 5G deve trazer muitas novidades para 2023. Assim, otimizamos a rotina de trabalho e, mais importante, garantimos a longevidade e prosperidade do agronegócio brasileiro.

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