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      Patricia Chacon - CEO da Liberty Seguros no Brasil

      Patricia Chacon é equatoriana formada graduada em economia pela Vassar College e com mestrado em administração de empresas pela Harvard Business School.

      Atualmente presidente da Liberty Seguros, subsidiária no Brasil do grupo americano Liberty Mutual.

      Iniciou a sua  carreira na sede da companhia em Boston, fazendo a transição para o Brasil em 2013. Foi nomeada CEO em março de 2021, ano em que a Liberty Seguros faturou R$ 4 Bilhões.

       

       

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    Educação, trabalho e proteção: em busca de um futuro mais seguro

    As autoridades de saúde mundiais concordam que, embora a pandemia ainda não tenha acabado, o fim está à vista. Isso ficou claro na fala de Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), em seu discurso no World Health Summit 2022 deste final de semana, ao afirmar que, depois de quase três anos neste túnel longo e escuro, estamos começando a enxergar a luz no final.

    Dados atuais explicam a combinação de cautela e esperança no discurso de Ghebreyesus. Globalmente, 10 mil pessoas por semana ainda perdem suas vidas em decorrência da Covid-19. No Brasil, este número gira em torno de 450, uma quantidade ainda elevada, mas que certamente representa uma melhora quando comparamos ao pico de março de 2021, em que morriam mais de 20 mil pessoas por semana no país.

    Quando consideramos as tendências de casos, a maior efetividade dos tratamentos e avanço da vacinação, é visível que estamos melhor encaminhados do que nunca para declarar o fim da pandemia. O Brasil, aliás, hoje atinge índices mais altos de vacinação que países como Estados Unidos e Alemanha, com mais de 80% da população protegida.

    Conforme nos aproximamos do que poderia ser um novo começo, ficam as reflexões sobre o que aprendemos neste período tão desafiador da nossa história. Pensando nisso, há três aspectos que são muito presentes para mim: educação, futuro do trabalho e proteção.

    A Covid-19 trouxe graves prejuízos à educação em todos países, com a manutenção das escolas fechadas durante os períodos de pico da pandemia. Martin West, decano da Faculdade de Educação de Harvard, comentou em uma entrevista recente que as avaliações nacionais realizadas em agosto deste ano com estudantes de escola primária nos Estados Unidos, mostram um declínio considerável nos resultados de leitura e, pela primeira vez em 50 anos, um declínio nos resultados de matemática.

    Um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostrou que países desenvolvidos, como Suíça, Luxemburgo e Nova Zelândia, tiveram melhor capacidade de implementar medidas sanitárias adequadas para a reabertura dos estabelecimentos educacionais, diferente de países menos desenvolvidos. No Brasil, muito será pesquisado nos anos que estão por vir sobre o impacto da pandemia nos resultados acadêmicos, mas já sabemos que a taxa de abandono escolar na rede pública do ensino médio dobrou entre 2020 e 2021. Diante deste cenário, além de não subestimar o poder das escolas abertas, precisamos reforçar os investimentos na educação, um fator importantíssimo para o desenvolvimento do nosso país.

    Em março de 2020, de um dia para o outro, muitas empresas precisaram se adaptar para trabalhar em modelos predominantemente remotos. Mas, a pergunta que ficou foi se o trabalho remoto era, de fato, temporário, ou se prevaleceria. Considerando a experiência dos clientes, corretores, colaboradores e os resultados do negócio no mercado de seguros, por exemplo, acredito em um modelo predominantemente híbrido.

    Por um lado, com o grande avanço das ferramentas digitais, o trabalho remoto tem se demonstrado efetivo para muitas áreas e, ao mesmo tempo, um fator importante de qualidade de vida para os colaboradores das companhias. Por outro lado, os escritórios físicos cumprem um papel importante, principalmente nos quesitos de espaços para colaboração, fortalecimento da cultura e desenvolvimento de talentos. O formato híbrido, em que tanto o remoto quanto o presencial têm seu lugar, proporciona a flexibilidade que é tão importante nos tempos de hoje.

    Com o Brasil se aproximando de 690 mil mortes por Covid-19, a realidade é que muitos de nós conhecemos famílias que perderam entes queridos por advento da pandemia. E, embora o setor de seguros tenha, até o momento, indenizado mais de R$7 bilhões de sinistros relacionados a perdas pelo coronavírus, tal cenário evidenciou uma realidade preocupante: no Brasil, menos de 25% da população tem seguro de vida.

    O setor de seguros de vida no nosso país representa 2.2% do PIB, um número muito inferior à média mundial de 4%. Criado com o propósito de ajudar as pessoas a seguirem em frente, mesmo quando algo tão difícil como a perda de um familiar ou amigo ocorre, o seguro é importantíssimo para a população. Fica uma missão especial para o mercado segurador de continuar a aumentar o acesso da população ao seguro de vida. Nas palavras de Ghebreyesus, “agora é a hora de continuar com ainda mais determinação para proteger aquilo que, com muito esforço, conquistamos e construir, juntos: um futuro mais seguro.”

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