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    Impacto da pandemia: turismo prevê zerar perda de postos de trabalho em um mês

    Expectativa da entidade é que turismo feche 2022 com 309,3 mil postos de trabalho criados, especialmente nos setores de bares e restaurantes e hospedagem

    Pauline Almeidada CNN , no Rio de Janeiro

    Após perder quase 470 mil postos de emprego nos primeiros seis meses da pandemia de Covid-19, o setor de turismo prevê zerar esse déficit em novembro. A projeção foi feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentar o resultado de agosto da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), com crescimento de 0,7%, na sexta-feira (14).

    Fábio Bentes, economista da CNC, aponta que novembro é um mês de contratações para atender a alta da demanda na temporada de verão. A expectativa da entidade é que o turismo feche 2022 com 309,3 mil postos de trabalho criados, especialmente nos setores de bares e restaurantes e hospedagem.

    Já em termos de receita, a CNC revisou a perspectiva de crescimento deste ano de 5,1% para 5,8% no comparativo com 2021.

    “Há um ano e meio, quando a Selic estava em 2,5% e o financiamento estava mais suave, a gente não tinha a oferta do serviço turístico por conta da pandemia. Mesmo com o reajuste da passagem aérea, temos muitas pessoas que vão optar pela viagem, mesmo que seja um turismo curto, de deslocamento local, para suprir a demanda reprimida de quase três anos de pandemia”, disse Bentes à CNN.

    A CNC destaca que a alta das passagens aéreas é um obstáculo à recuperação mais rápida do setor – a categoria registra inflação acumulada de 47,7% em 12 meses, tendo setembro como referência. Segundo a entidade, o item é o quarto com maior variação no período entre os produtos e serviços acompanhados pelo IBGE.

    Neste mês de outubro, entrou em vigor a terceira redução seguida anunciada pela Petrobras no querosene de aviação, um dos principais componentes do preço das passagens aéreas.

    Bentes destaca que o combustível vem caindo por conta do recuo no valor do petróleo. No entanto, segundo o economista, o aumento nos custos de operação do setor aéreo e a alta temporada podem conter o repasse da queda ao consumidor.

    “O turismo está praticamente no nível de fevereiro de 2020, mas o fluxo de aeronaves ainda está 11% abaixo do início da pandemia, nos dez principais aeroportos do país, com exceção de Viracopos (SP) e Santos Dumont (RJ), que tem um perfil mais regional. Esses números mostram que o setor conseguiu recuperar receita, mas a prestação dos serviços ainda não se normalizou completamente”, ponderou.

    Serviços

    Além do turismo, a CNC revisou a expectativa de ganhos do setor de serviços para 2022, em comparação com 2021, que foi de 2,9% para 3,4%.

    Fábio Bentes colocou que o resultado da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE surpreendeu com a alta de 0,7% do setor em agosto.

    “Parece que a inflação está fazendo uma diferença grande. Em agosto, a inflação de serviços foi de 0,28%, a menor alta desde novembro do ano passado. E tem a deflação cruzada. A redução dos combustíveis pode ter, de certa forma, aberto espaço para os gastos com os serviços”, pontuou.

    Com o resultado da PMS de agosto, o setor fica 10,1% acima do nível pré-pandemia.

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